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#Bahia: Estado é o mais letal do Nordeste e 100% dos mortos pela polícia em Salvador são negros

Maior redução aconteceu nos municípios do interior baiano | FOTO: Reprodução |

A Bahia foi o estado mais letal da região Nordeste em 2020, segundo a pesquisa “Pele Alvo: A cor da violência policial”, da Rede de Observatórios da Segurança. O levantamento, divulgado nesta terça-feira (14) aponta ainda que todas as pessoas mortas pela força policial em Salvador, no último ano, eram negras.

Em 2020, houve um aumento de 21,08% de mortes por ações policiais, em comparação com 2019 – quando foram registrados 650 casos de mortos pela polícia. Só no último ano, 787 pessoas foram mortas pela polícia, no estado.

Desse total, apenas 606 tiveram identificação de raça, sendo 98% delas negras, ou seja pardas (515) ou pretas (80). As outras 11 pessoas eram brancas. Em todo o país, nos estados analisados, a cidade com maior letalidade policial para as pessoas negras é Santo Antônio de Jesus.

Bahia é o estado mais letal do Nordeste e 100% dos mortos pela polícia em Salvador são negros | FOTO: Rede de Observatórios da Segurança |

A cidade, que fica no Recôncavo Baiano, tem uma população estimada em 103.204 pessoas. Apesar de detalhar o percentual de pessoas negras mortas na capital da Bahia e em Santo Antônio de Jesus, a Rede não divulgou os números correspondentes a esses percentuais.

A pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança é feita com base em metodologia de pesquisa rigorosa e monitoramento diário, por meio de dados divulgados pelas secretarias estaduais, via Lei de Acesso à Informação. O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e aguarda posicionamento.

A Rede de Observatórios da Segurança divulga o relatório sobre violência policial anualmente. O estudo, que já era feito com Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, agora passou a incluir também Maranhão e Piauí.

Mulheres mortas no Curuzu em junho deste ano | FOTO: Arquivo pessoa/Arte G1 |

Casos de repercussão
Os organizadores também buscam e comparam as informações em reportagens e casos divulgados pela mídia. Um desses crimes foi contra o pequeno Railan Santos da Silva, de 7 anos. Ele morreu após ser baleado pela polícia enquanto assistia uma partida de futebol no bairro do Curuzu, em Salvador

Também na pesquisa, os pesquisadores citaram um caso de grande repercussão midiática que aconteceu no mesmo bairro, mas já em 2021. Maria Célia de Santana, de 73 anos, e Viviane Soares, 40, duas mulheres negras, foram mortas por policiais militares na frente da casa. Elas conversavam, quando os agentes públicos dispararam contra elas, durante uma suposta perseguição a homens que estavam em um carro.

Criança é morta a tiros no bairro do Curuzu, em Salvador | FOTO: Arquivo Pessoal |

Chacinas
O levantamento também aponta que a Bahia teve o maior índice de chacinas entre os estados do Nordeste monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança nos últimos dois anos: 74 registros.

Entre os mais recentes estão um ataque armado a uma festa de rua deixou seis pessoas mortas e outras 12 feridas no bairro do Uruguai, em Salvador. Esse crime aconteceu na madrugada de 13 de outubro, na Rua Voluntários da Pátria, em uma localidade conhecida como Pistão.

Edson da Silva [canto superior esquerdo]; Aliete Mercês [canto superior esquerdo]; Gean Vieira e Aliete [canto inferior esquerdo] e Raleria, de 11 anos | FOTO: Arquivo pessoal |

As investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontam que o ataque armado começou a partir de uma briga entre pessoas que estavam na festa, conhecida como “paredão”, por causa do uso de grandes equipamentos de som automotivos.

No mesmo mês, no dia 30, cinco pessoas morreram após terem sido baleadas dentro de um barraco, às margens da BR-101, no trecho de Itabela, extremo sul da Bahia. Ao todo, quatro pessoas foram presas.Com informações do g1 Bahia e do Informe Baiano.

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