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#Brasil: Liberado no país, médicos pedem cautela no uso do ‘hormônio do sono’

Especialistas explicam que o hormônio é produzido pela glândula pineal | FOTO: Divulgação |

A melatonina, conhecida popularmente como ‘hormônio do sono’, teve a comercialização liberada no Brasil no dia 15 de outubro de 2021, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em dezembro, as farmácias começaram a vender o suplemento em comprimidos ou gotas, sem necessidade de prescrição médica, exigindo um pedido de cautela por parte dos médicos.

Apesar da decisão estar alinhada com diversos países da Europa e da América do Norte, especialistas brasileiras criticam a decisão e pedem cautela na hora de comprar e utilizar o produto, pois alertam para a falta de evidências científicas do seu uso sem uma avaliação aprofundada.

Com isso, especialistas afirmam que o uso errado da substância pode trazer problemas. “Não existe sequer uma diretriz no mundo que indique a melatonina como tratamento para insônia”, pontua a neurologista Dalva Poyares, pesquisadora do Instituto do Sono de São Paulo.

“Precisamos deixar claro que a melatonina pode até ser uma ferramenta terapêutica, mas não vai ser indicada para todo mundo”, emenda o médico Paulo Augusto Miranda, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Hormônio
Especialistas explicam que o hormônio é produzido pela glândula pineal, estrutura que fica no centro do cérebro. O seu processo de fabricação só acontece na ausência de luz, ou seja, quando o sol se põe, com o intuito de preparar o organismo para o sono ao longo do período noturno.

No raiar de um novo dia, a produção da melatonina é interrompida, o que prepara o corpo para despertar. Contudo, a produção desse hormônio pode ser atrapalhada por série de fatores, como exposição à luz durante a noite, e com baixa na melatonina, a qualidade do sono, ou até mesmo a quantidade de horas dormidas, acabam prejudicadas.

Liberação da Anvisa
Antes da liberação da Anvisa, o produto apenas estava disponível em farmácias de manipulação, com exigência de receita médica, assinada por um médico. Agora, mesmo podendo ser comprada sem prescrição, a Anvisa impôs algumas restrições do seu uso.

A primeira é que só poderá ser tomada por pessoas com mais de 19 anos de idade e a dosagem é de, no máximo, 0,21 miligramas por dia. As embalagens também devem alertar que esse produto não deve ser consumido por “gestantes, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que requerem atenção constante”.

Além disso, orienta-se que indivíduos com alguma enfermidade ou que tomam medicamentos procurem um médico antes de consumir esse suplemento por conta.

Melatonina
A reposição da melatonina, apesar das controvérsias, pode auxiliar em alguns cenários, de acordo com médicos, como no caso de quem apresenta dificuldades para dormir, que tenha distúrbios do sono, ou no caso de quem viaja constantemente para outro país, e precisa lidar com fuso horário diferente. Especialistas ainda alertam que não há estudos que comprovem que o suplemento ajuda a controlar ou perder peso.

Com isso, vale buscar um especialista, que costuma ter formação em medicina do sono ou cronobiologia, antes de comprar o produto, visto que o profissional realizará uma avaliação aprofundada para compreender os motivos para o uso. Jornal da Chapada com informações de texto base do Viva Bem.

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