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#Chapada: Comunidade quilombola do ‘Corcovado’ repudia remoção de quilombolas de sede para inserção de nova secretaria da Cultura em Palmeiras

Segundo a comunidade, essa decisão “quebra um pacto celebrado há oito anos entre a prefeitura e a comunidade quilombola” | FOTO: Divulgação |

A comunidade quilombola do ‘Corcovado’, no município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, está repudiando a remoção do ‘Artesanato do Corcovado’, de sua atual sede, localizada na ‘Praça Dr. José Gonçalves’, para dar espaço a recém-criada, Secretaria de Cultura e Turismo.

Segundo a comunidade, essa decisão “quebra um pacto celebrado há oito anos entre a prefeitura e a comunidade quilombola”. O espaço é utilizado para a exposição e comercialização dos produtos confeccionados a partir da extração sustentável da palha do licuri e do cipó.

“É um paradoxo para que abrir suas portas, a secretaria de cultura tenha de jogar para escanteio os poucos que ainda resistem produzindo cultura no município. A remoção do artesanato do ‘Corcovado’ vai na direção oposta a uma promessa que ele [prefeito] fez no início deste ano, de enviar um projeto de lei de autoria do Executivo para a Câmara Municipal no sentido de regularizar a cessão do imóvel ao Corcovado”, pontua a comunidade.

Conhecido como comunidade remanescente de quilombola, em 2007, pela Fundação Palmares, o ‘Corcovado’ também tem alguns direitos sonegados em sua história, como o acesso ao sistema de abastecimento de água e energia elétrica, que apenas chegaram em 2015. Segundo a comunidade, direitos como educação, saúde e o direito de ir e vir ainda estão sonegados.

Por meio de nota de repúdio, a comunidade afirma que foi tida uma conversa com o prefeito Ricardo Guimarães, na tentativa de reverter a decisão, mas obtiveram como resposta de que o ‘Corcovado’ “não ficará desamparado”.

“Esperamos que ele reveja sua decisão, que se abra ao diálogo com a comunidade, antes de entrar para história como mais um político a trair não apenas um pacto celebrado pela gestão anterior, mas o bom senso e as suas próprias palavras”, critica a comunidade.

Jornal da Chapada

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