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#Chapada: Suposto médico que passava informações à família de policial envolvido em acidente entre Ipirá e Itaberaba é solto após Justiça determinar relaxamento da prisão

Aos policiais, o homem não apresentou documentação comprovando o legal direito de exercer a profissão | FOTO: TV Bahia |

Fábio dos Santos Virgem, preso na terça-feira (8) por ter se passado por médico no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, deixou a prisão na quinta-feira (10), após a Justiça ter concedido o relaxamento da prisão mediante pagamento de fiança. Não foi divulgado o valor do pagamento.

Na ocasião, ele passava informações à família do policial Yago da França Souza Avelas, vítima de um grave acidente na BA-233, trecho entre povoado ‘Alto Vermelho’ e ‘Santa Quitéria’, entre os municípios de Itaberaba e Ipirá, na Chapada Diamantina, que ocorreu na última sexta-feira (4). Conforme familiares da vítima, Fábio era amigo de infância do policial.

No sábado (5), a Polícia Civil chegou a confirmar a morte cerebral do investigador. Contudo, voltou atrás na terça-feira (8) e disse que um médico da equipe que atende Yago resolveu solicitar novos exames antes de atestar a morte cerebral do agente. Portanto, ele permanece internado no HGE.

Investigador Yago da França Souza Avelar, 39 anos, está vivo | FOTO: Montagem do JC |

Pedido de relaxamento
A defesa de Fábio alegou, no pedido de relaxamento, que ele se identificou como estudante e não como profissional de medicina. Com isso, a juíza Maria do Socorro Santa Rosa de Carvalho Habib julgou que “não há fundamentos para a conversão da prisão em flagrante em preventiva”.

A magistrada ainda disse que Fábio alegou ser portador de comorbidades associadas à obesidade e que, de acordo com ela, “não recomendam a sua colocação em cárcere”. Segundo a juíza, as acusações “trata-se de crime de baixo potencial ofensivo” contra o homem que se passou por médico.

Além da fiança, Fábio terá que assinar um termo de compromisso. A decisão pontua que em caso de envolvimento em novos delitos ou de descumprimento das obrigações do termo assinado, poderá ser decretada prisão preventiva.

Aos policiais, o homem não apresentou documentação comprovando o legal direito de exercer a profissão. Ele se vestia de jaleco, usava um estetoscópio e tinha acesso à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde o policial está e desde então, fornecia informações do quadro clínico aos familiares.

Em áudios, o suspeito deu esperanças à família sobre o estado de saúde. “Yago está vivo. Ele não está morto. Essa morte cerebral que foi decretada a ele não é real. Existe a possibilidade de vida, porque o coração dele está batendo perfeitamente sem medicamento, o pulmão dele está respirando sem medicamento. Ele está lutando a favor da vida. Então fique tranquila porque Yago não morreu, está vivo. Se coloque em oração, porque ele está vivo”, disse.

“O que chamou atenção dos policiais e de familiares é que as informações que ele trazia conflitavam com as informações oficiais. Policiais civis o abordaram e pediram a identificação médica. Ele disse, em um primeiro momento, que era formado em Stanford nos Estados Unidos, com especialização na Argentina. Já na delegacia, ele disse que tinha curso de medicina na Argentina, mas no interrogatório, ele voltou a se contradizer e disse que fez o curso, mas não se formou”, disse o delegado Maurício Moradilo, da 1ª Delegacia, responsável pelo caso.

Acidente
Na ocasião, o veículo da polícia seguia para Salvador quando sofreu o acidente. Com o impacto, o carro teve o eixo traseiro e a roda dianteira arrancados, ficando completamente destruído. Pelas imagens, é possível ver que o veículo chegou a capotar. Ainda não há detalhes sobre causas e circunstâncias do acidente, que seguem sendo apuradas pela Polícia Civil.

Por meio de nota, a Polícia Civil lamentou o ocorrido e prestou solidariedade as famílias: “A toda a família e amigos, a Polícia Civil da Bahia estende as condolências e une-se no luto”. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar a causa do acidente.

Dois policiais morreram no local. Eles foram identificados como Kleber Correia Cardoso, 42 anos, e Matheus Guedes Malta Argolo, de 31. Eles eram lotados na 13ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Seabra).

Ainda no acidente, ao menos quatros homens, que eram presos e estavam sendo transportados para a sede do Serviço de Polícia Interestadual (Polinter). ficaram feridos. Não há detalhes sobre o estado de saúde eles. Jornal da Chapada com informações de g1 Bahia.

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