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#Brasil: “Não há interesse em resolver”, diz Mônica Benício sobre o assassinato da ex-companheira Marielle Franco

Mônica e Benício e Marielle Franco | FOTO: Reprodução/Redes sociais |

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, completa quatro anos nesta segunda-feira (14). Em 2018, Marielle e Gomes foram executados na região central do Rio de Janeiro, especificamente no Estácio. De lá pra cá, a investigação já trocou de delegado cinco vezes e dois suspeitos de terem executado foram presos. Mas, a principal pergunta ainda não foi respondida: quem mandou matar Marielle Franco e por quê?

A vereadora Mônica Benício (PSOL-RJ) que, à época do crime era companheira de Marielle Franco, declarou que à Fórum que não há vontade de se descobrir os mandantes do crime e que a não solução da investigação é violação continuada dos direitos humanos.

“Quatro anos é tempo demais, mesmo para crimes complexos. Parece que não há interesse em resolver. O governador é incompetente, ou coisa pior, pra nessa altura do campeonato ainda não ter uma resposta. Gravíssima e continuada violação dos direitos humanos e a cada dia que passa a democracia é enfraquecida”, lamentou Mônica Benicio.

Desde o assassinato de Marielle Franco, que o Brasil tem acompanhado a ascensão de vários quadros políticos que se pautam pelas lutas feministas, LGBT e antirracista. Porém, vereadoras como Benny Briolli (PSOL-RJ) e Erika Hilton (PSOL-SP) são constantemente ameaçadas de morte e, assim como no caso de Marielle, as investigações sobre as ameaças trazem poucos resultados concretos e os assediadores se sentem encorajados a continuar a fazer ameaças de morte contra parlamentares e ativistas.

Para Mônica Benício, as ameaças de morte contra parlamentares negras, LGBT e feministas estão diretamente ligadas a não solução do caso Marielle Franco. “Justamente pelo fato de as autoridades não terem apresentado uma solução para o caso, outros agressores se sentem à vontade para agir. O cenário já era ruim, com a escalada do bolsonarismo.

Em seguida, Mônica Benicio pontua que “a falta de resposta para este crime [Marielle Franco e Anderson Gomes] agrava ainda mais a situação. Quem ainda pretende voltar a sonhar com a democracia no Brasil tem duas tarefas essenciais: derrotar Bolsonaro e pressionar pela solução do atentado contra Marielle”.

Pedro Serrano: “A polícia do Rio sabe quem matou a Marielle”
O jurista e professor de Direito Constitucional, Pedro Serrano, fez uma declaração contundente em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (14). “A polícia do Rio sabe quem matou a Marielle”.

“A polícia quando quer descobre em duas semanas, no máximo. Eles sabem, mas não podem revelar. O Ministério Público (MP) não sabe quem foi o mandante, mas a polícia sabe há três anos e meio, mais ou menos”, destacou Serrano.

“Desde o início eu digo que a polícia do Rio de Janeiro não tem independência para fazer essa investigação. Desse jeito, não vamos chegar à nenhuma conclusão”, apontou o jurista.

Serrano ressalta que o assassinato de Marielle Franco, que completa quatro anos nesta segunda, é um crime “excepcional”. “Por isso, deveria ter sido criada uma comissão especial para acompanhar as investigações, inclusive com participação internacional”.

Quem mandou matar Marielle Franco?
A vereadora Marielle Franco e o seu motorista Anderson Gomes foram executados em março de 2018, no Estácio, que fica na região central do Rio.

Após um ano de investigação, a polícia prendeu o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz e os apontou como os autores do crime. Porém, até hoje não se sabe a mando de quem os dois homens teriam cometido o crime. Desde então, o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes vive entre muitas perguntas e sem nenhuma resposta.

Além disso, até hoje a Polícia e o Ministério Público não conseguiram descobrir o paradeiro da arma utilizada para matar Marielle e Anderson. De acordo com a perícia do caso, sabe-se que foi utilizada uma metralhadora MP-5 com munição UZZ-18.

As investigações também revelaram que fuzis foram jogados ao mar no dia seguinte à prisão de Lessa, em março de 2019. Porém, nenhuma arma foi encontrada. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz estão presos nas penitenciárias federais de Campo Grande e de Porto Velho e vão a júri popular, que ainda não tem data para ocorrer.

Por fim, cabe destacar que, apesar da prisão dos supostos executores de Marielle e Anderson, a principal pergunta segue sem resposta: quem são os mandantes? Redação da Revista Fórum.

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