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#Mundo: China cobra EUA; por que se recusam a explicar as armas biológicas na Ucrânia?

Zhao Lijian | FOTO: CGTN |

Mais uma vez a China pediu aos Estados Unidos que expliquem as atividades militares biológicas. Pequim quer saber como Washington gastou o financiamento de US$ 200 milhões em laboratórios biológicos? Que tipo de pesquisa realizou sobre patógenos? Por que se recusam a abrir os laboratórios biológicos para investigações independentes de especialistas internacionais? Até o momento, na avaliação do governo chinês, as respostas do governo estadunidense têm sido autocontraditórias e desconcertantes.

Os questionamentos do governo chinês foram feitos nesta segunda-feira (14) por um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian. Ele solicitou ao governo dos EUA que aja com responsabilidade e esclareça completamente a questão. Em entrevista coletiva, Zhao apelou que os EUA parem de obstruir o estabelecimento de um regime de verificação da Convenção de Armas Biológicas.

“Isso ajudará a restaurar a confiança da comunidade internacional no cumprimento das obrigações internacionais pelos EUA e fortalecerá a biossegurança global.” Segundo o representante chinês, as atividades militares biológicas na Ucrânia são uma preocupação comum da comunidade internacional. Na declaração, Zhao citou informações já divulgadas sobre a participação dos EUA e o financiamento de laboratórios biológicos na Ucrânia que mantêm patógenos letais.

Zhao pontuou que, de um lado, Washington afirma ser aberto e transparente; de outro, argumenta que o episódio foi gerado por desinformação, mas não divulga material detalhado sobre as denúncias de arsenal químico.

Ao longo de décadas, comentou o porta-voz chinês, os EUA têm acusado outros países de descumprimento de acordos internacionais sobre arsenal químico e defendido que essas nações aceitem ser verificadas sob a ameaça de sanções e operações militares. Mas, quando se trata de ter a própria conduta verificada, Washington se recusa a obedecer as regras que impõem a outros países. “Isso é tipicamente um duplo padrão. Além disso, dada a credibilidade dos Estados Unidos, é muito difícil ganhar a confiança da comunidade internacional”, disse Zhao.

Em encontro com EUA, China defende apoio ao diálogo entre Rússia e Ucrânia
A questão ucraniana foi um dos temas do encontro entre representantes da China e dos Estados Unidos realizado nesta segunda-feira (14) em Roma, na Itália. O diplomata chinês Yang Jiechi se reuniu com o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, e esclareceu que a China se dedica a promover o diálogo pacífico entre Rússia e Ucrânia.

Para o diplomata chinês, todos os aspectos que envolvem o conflito entre ucranianos e russos precisam ser esclarecidos e as preocupações de todas as partes devem ser atendidas. Ele observou que o conceito de segurança comum, sintético, cooperativo e sustentável de longo prazo precisa ser promovido e o diálogo igualitário entre todas as partes deverá ser encorajado.

Yang apontou que a comunidade internacional deve apoiar em conjunto Ucrânia e Rússia rumo à resolução do conflito o mais breve possível. Para ele, todas as partes precisam redobrar esforços para proteger civis e evitar uma crise humanitária de grande escala. A China já ofereceu assistência humanitária de emergência à Ucrânia e continua a fazer esforços nesse sentido.

O diplomata chinês observou ainda que Pequim sempre respeitou a soberania e a integridade territorial de todos os países, tanto quanto o objetivo e princípio da Carta da ONU, mas que está apreensiva em relação à questão ucraniana.

O mecanismo de segurança europeia equilibrado, eficaz e sustentável deve ser implementado com base no princípio de segurança indivisível, para salvaguardar a paz da Europa e do mundo, assinalou o representante do Ministério das Relações Exteriores da China.

Por fim, Yang ressaltou que o governo chinês se opõe firmemente a qualquer palavra e ação que vise divulgar informações falsas e difamar a posição da China.

China critica inconsistência dos EUA na questão de Taiwan
Outro tema abordado durante o encontro com sete horas de duração desta segunda-feira (14) entre o principal diplomata da China, Yang Jiechi, e o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, foi a inconsistência de Washington sobre a questão de Taiwan.

Yang ressaltou que o tema diz respeito à soberania e integridade territorial da China. O atual governo dos EUA prometeu aderir à política de Uma Só China e não apoiar a independência de Taiwan. No entanto, na avaliação do diplomata chinês, as ações dos estadunidenses são inconsistentes em relação ao que declaram.

Houve também discussões construtivas sobre as relações China-EUA. Os dois lados concordam em implementar conjuntamente o consenso alcançado pelos chefes de Estado dos dois países: aumentar o entendimento, gerenciar diferenças, expandir o consenso e fortalecer a cooperação para trazer as relações bilaterais de volta ao caminho de um desenvolvimento sólido e estável.

O alto diplomata chinês disse ainda que o presidente Xi Jinping propôs o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação ganha-ganha como os três princípios no desenvolvimento das relações entre as duas potências na nova era.

Yang afirmou também que, em resposta, o presidente Joe Biden garantiu que os EUA não buscam uma nova Guerra Fria ou mudar o sistema da China, não se oporão aos chineses por meio do fortalecimento de alianças, não apoiarão a “independência de Taiwan” ou buscarão o confronto com a China.

Aumenta interesse de investidores estrangeiros pela China
Em meio à busca por desenvolvimento de alta qualidade e atualizações estruturais econômicas, a China se torna cada vez mais atraente para investidores estrangeiros graças às perspectivas de desenvolvimento de longo prazo e a um ambiente de negócios em contínua melhoria.

O investimento direto estrangeiro na China aumentou 37,9% em relação a 2021 e atingiu 243,7 bilhões de yuans (US$ 38,33 bilhões) durante os primeiros dois meses do ano. O valor equivale a US$ 37,86 bilhões e um aumento anual de 45,2%. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (14) pelo Ministério do Comércio da China (MOC).

O MOC afirmou que o uso real de investimento estrangeiro no setor de serviços durante o período de janeiro a fevereiro totalizou 175,7 bilhões de yuans, um aumento de 24% em relação ao ano anterior.

O investimento em indústrias de alta tecnologia cresceu anualmente 73,8%. No total, os investimentos em manufatura de alta tecnologia e serviços de alta tecnologia cresceram 69,2% e 74,9%, respectivamente.

O investimento direto estrangeiro das economias participantes dos estados membros do Cinturão e Rota e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) cresceu anualmente 27,8% e 25,5%, respectivamente. Já na China central esse investimento cresceu anualmente 74,9%. O crescimento para as regiões leste e oeste foi de 36,6% e 13%, respectivamente, de acordo com o MOC.

Em 20 anos, China vai liderar aplicação de Inteligência Artificial no mundo, aponta mídia dos EUA
A China está a caminho de liderar o mundo em aplicativos de inteligência artificial (IA) nas próximas duas décadas. A avaliação foi feita pela revista estadunidense The National Interest (TNI).

Novas tecnologias de IA e robótica aplicadas nas recentes Olimpíadas de Inverno de Pequim demonstram as fortes vantagens tecnológicas da China. Os eventos foram uma mostra dos avanços chineses nessa área: ônibus não tripulados, trilhos de alta velocidade movidos a 5G, chefs-robôs fazendo hambúrgueres e camas inteligentes medindo as estatísticas vitais dos atletas.

Outro indício de que a IA tornou-se uma força motriz na China é o crescimento da moeda digital no país. Com um histórico de valorização e priorização nesses avanços, o gigante asiático está dobrando suas apostas em tecnologia de próxima geração. Com informações da Revista Fórum.

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