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#Bahia: Psicólogo baiano exige adiantamento, some e pacientes suspeitam de “golpe do divã”

“As mensagens nem chegam mais. Já são 6 meses nessa agonia”, contou a vítima sobre as tentativas de contato | FOTO: Reprodução/Google Street View |

Com quase 25 mil seguidores no Instagram, consultório bem avaliado e endereço físico, poucas pessoas suspeitariam de um psicólogo com estas credenciais. No entanto, pacientes têm relatado que estão sendo vítimas de um golpe praticado pelo baiano Fabiano Saft. O relato é sempre o mesmo. O psicólogo pede um adiantamento pelas sessões do mês, mas desaparece antes de completá-las. Nas redes sociais, os comentários em suas publicações são limitados, o que restringe a possibilidade de alguma denúncia ser feita por ali.

Já no Google, apesar da boa avaliação geral, três comentários chamam atenção por se queixarem do mesmo sumiço. “Acredito ser o primeiro praticante do que poderemos chamar de ‘Golpe do Divã’. Cobrou as sessões, realizamos algumas, depois cobrou adiantado e desapareceu. Ficou me devendo seis sessões de terapia e não devolveu o dinheiro. Sempre desculpas como: minha mãe foi internada, estou doente, meu celular foi roubado e mudando os dias de consulta”, diz um dos comentários.

O caso é similar ao que houve com um advogado que contou sua história ao Metro1. Ele buscou por um novo psicólogo ainda no final de 2021 e encontrou Fabiano, enquanto pesquisava pela internet. “Eu tive cuidado de pesquisar CRP (registro de psicólogo), artigos, currículo e vi que era um profissional cheio de publicações”, contou. Na data da primeira consulta, Fabiano disse ter sido diagnosticado com Covid-19 e estava em repouso. “Passado duas semanas, ele voltou a entrar em contato comigo, mas disse que estava inseguro a voltar com sessões presenciais”, contou a vítima, que teve então duas sessões virtuais com o psicólogo.

“Virou o mês e ele me cobrou adiantado o mês seguinte, sendo que eu já havia pago o mês inteiro de janeiro”. O advogado pagou R$ 125 por sessão, totalizando R$ 1.000 em oito sessões. Dessas, foi atendido em apenas duas. As desculpas para não realizar a consulta variavam. Em determinado momento, disse ter pedido o celular. Em outro, que estava cuidando da mãe com câncer. Por fim, quando o advogado desistiu de se consultar e pediu pelo reembolso, não houve mais resposta. “As mensagens nem chegam mais. Já são 6 meses nessa agonia”, contou a vítima.

Por coincidência, um amigo da vítima relatou ter sofrido o mesmo golpe por parte de Fabiano Saft. “Um amigo meu veio até mim perguntar se eu poderia tentar entrar em contato com um psicólogo como se fosse marcar uma sessão com ele, porque ele não estava respondendo mais”, conta. Esse amigo também pagou adiantado o valor equivalente a um mês de sessões. O Metro1 tentou contato com Fabiano, por meio do número que ele usou para falar com o advogado pela última vez. As mensagens enviadas não chegaram e o telefone está desligado ou fora de área. Pelo Instagram, também enviamos mensagem, sem resposta.

A reportagem também procurou o Conselho Regional de Psicologia da Bahia, que confirmou que o registro profissional de Fabiano está ativo. A entidade pediu ainda que “qualquer pessoa que sinta-se lesada em função da prestação de serviços psicológicos, por exemplo no caso de o psicólogo receber o pagamento pelo serviço e não honrar com os atendimentos realizados, deverá, além de buscar o PROCON para registro de denúncia relativa aos direitos do consumidor, registrar denúncia junto ao Conselho de Psicologia”. A denúncia deve ser feita através de e-mail para a Comissão (cof@crp03.org.br). Com informações do Metro1.

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