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#Brasil: Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro, diz ser dona de mansão que havia “alugado”

Ana Cristina Valle havia declarado ao UOL e à Veja que havia alugado a mansão para viver com o filho | FOTO: Reprodução |

A ex-esposa de Ana Cristina Valle (PP), que é candidata a deputada distrital na eleição deste ano, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ser dona da mansão em que vive com o filho Jair Renan Bolsonaro localizada no Lago Sul, região nobre de Brasília.

Porém, em 2021, Ana Cristina Valle havia declarado ao UOL e à Veja que havia alugado a mansão para viver com o filho. A casa que ela ocupa desde junho de 2021 possui 800 metros quadros de área construída. À época, Cristina Valle declarou que havia alugado a casa pelo valor de R$ 8 mil por mês, valor muito próximo do salário bruto que ganhava como assessora da deputada Celina Leão (PP-DF), de R$ 8,1 mil.

De acordo com informações do Metrópoles há uma discrepância de valores em torno da mansão. Na escritura do imóvel, o então proprietário, Geraldo Antônio Machado, tinha comprado o imóvel por R$ 2,9 milhões. Na época em que Cristina “alugou”, corretores a avaliavam em R$ 3,2 milhões.

Na mesma época, matérias do UOL e da Veja revelaram que o então comprador da mansão vivia em uma casa modesta em Vicente Pires, cidade-satélite que fica a cerca de 30 km da propriedade. Mas, pouco mais de um ano depois, Ana Cristina Valle declarou à Justiça Eleitoral que a mansão comprada por Geraldo Machado no valor de R$ 2,9 milhões, agora vale R$ 829 mil.

Apesar de Ana Cristina Valle ter declarado ao TSE ser proprietária da mansão, o seu nome não consta nas certidões da casa registradas no 1º Ofício Registro de Imóveis do DF, onde a matrícula do imóvel está inscrita. Geraldo Machado continua a figurar como proprietário da mansão. Ana Cristina Valle e sua defesa não se pronunciaram.

Família Bolsonaro comprou metade do seu patrimônio com dinheiro vivo
Desde a década de 90, quando ingressou na política, até os dias de hoje, o presidente Jair Bolsonaro (PL), além de seus irmãos e filhos, negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram comprados total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes do clã.

Foram registrados em cartórios com o modo de pagamento “em moeda corrente nacional”, expressão padronizada para repasses em espécie, R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, o valor equivale hoje a R$ 25,6 milhões.

Não consta nos documentos de compra e venda a forma de pagamento de 26 imóveis, que somaram valores de R$ 986 mil (ou R$ 1,99 milhão em valores corrigidos). Transações por meio de cheque ou transferência bancária envolveram 30 imóveis, totalizando R$ 13,4 milhões (ou R$ 17,9 milhões corrigidos pelo IPCA).

Investigações do MP
Extensa e detalhada reportagem de Thiago Herdy e Juliana Dal Piva no UOL aponta que pelo menos 25 dos imóveis foram comprados em situações que suscitaram investigações do Ministério Público do Rio e do Distrito Federal.

Neste grupo, estão aquisições e vendas feitas pelo núcleo do presidente, seus filhos e suas ex-mulheres não necessariamente com o uso de dinheiro vivo, mas que se tornaram objeto de apurações como, por exemplo, no caso das “rachadinhas” (apropriação ilegal de salários de funcionários de gabinetes).

O UOL perguntou ao presidente Jair Bolsonaro qual a razão da preferência da família pelas transações em dinheiro, mas ele não se manifestou. O levantamento levou em conta o patrimônio construído no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília pelo presidente, seus três filhos mais velhos, mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres. Redação da Revista Fórum com informações do Metrópoles.

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