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#Chapada: Empresa é condenada a pagar R$ 1 milhão por uso de matéria-prima com trabalho escravo em Várzea Nova

A empresa ainda precisará promover mecanismos de controle permanente em sua cadeia produtiva | FOTO: Subsecretaria de Inspeção do Trabalho |

A empresa da indústria têxtil, ‘Sisalândia Fios Naturais’, foi condenada a pagar R$ 1 milhão por ter comprado material produzido com trabalho escravo. O grupo trabalhava em Várzea Nova, na Chapada Diamantina, e foi resgatado no mês de outubro de 2020. Embora a empresa não tenha contratado diretamente os trabalhadores, ela deve ser responsabilizada por se beneficiar da situação, de acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Essa determinação foi obtida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em ação civil pública movida contra a empresa beneficiadora na Justiça do Trabalho. O valor da indenização será destinado para entidades escolhidas pelo órgão. A empresa ainda precisará promover mecanismos de controle permanente em sua cadeia produtiva para evitar que haja trabalho escravo em sua cadeia produtiva novamente.

A empresa comercializa sua produção para mercados dos Estados Unidos, Europa, África e Ásia. A ‘Sisalândia’ afirmou, ao site ‘Repórter Brasil’, que a condenação é “injusta” e que entrou com um recurso para reverter a decisão. A empresa, com mais de 50 anos no ramo e com sede em Retirolândia, nega que tenha comprado matéria-prima do produtor autuado.

O valor da indenização será destinado para entidades escolhidas pelo órgão | FOTO: Subsecretaria de Inspeção do Trabalho |

De acordo com informações, a operação de resgate culminou na condenação da Sisalândia, que ocorreu em outubro de 2020, quando fiscais do trabalho percorreram a Chapada Diamantina e resgataram 37 trabalhadores em condições análogas à de escravizados. Destes, 12 viviam na Fazenda Ouro Verde, fornecedora da Sisalândia. Jean Clebson Araújo Magalhães, conhecido comerciante de fibras da região, foi identificado como o empregador.

Na ocasião, os trabalhadores viviam em condições precárias, sem água potável para beber ou tomar banho. A água era armazenada em galões que já haviam sido utilizados para guardar óleo para motores. Nenhum dos funcionários tinha carteira assinada, e todos ganhavam menos de um salário mínimo – em alguns casos o valor não chegava a R$ 400 reais por mês. Jornal da Chapada com informações de Repórter Brasil.

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