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#Eleições2022: MPT de Santa Catarina notifica empresa por obrigar funcionários a votarem em Bolsonaro

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro | FOTO: Antonio Cruz/Agência Brasil |

A empresa do setor têxtil, Altenburg, de Blumenau (SC), foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC), após denúncias de trabalhadores de que estariam sendo assediados pela direção para votar em Jair Bolsonaro (PL).

Conforme as acusações recebidas pelo órgão, a empresa estaria coagindo os funcionários sob ameaça de demissão. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau (Sintrafite) confirmou o teor das denúncias feitas ao MPT. O assédio teria partido do presidente da empresa.

A entidade que representa os trabalhadores encaminhou, no dia 30 de setembro, uma carta ao MPT com detalhes das denúncias de funcionários. A acusação é que o proprietário da empresa, Rui Altenburg, tinha interrompido a produção para reunir os trabalhadores e discursar com críticas ao ex-presidente Lula (PT) e elogios a Bolsonaro.

Ainda segundo a denúncia, Rui Altenburg teria dito que os empregos dos funcionários dependiam de vitória do atual presidente. O empresário também teria feito afirmações “desrespeitosas e inverídicas” sobre Lula.

A recomendação da Procuradoria do Trabalho da 12ª Região reforça que a empresa deve agir para garantir aos funcionários o direito de livre escolha de seus candidatos, independentemente da posição política de seus gestores.

A empresa nega a ocorrência e diz que a notificação do MPT será respondida. “É importante destacar que, em encontro realizado com colaboradores, foi abordada a importância do voto e do comparecimento às urnas, respeitando a individualidade e o direito ao voto que é secreto. O ato realizado pela empresa foi em nome da civilidade”, diz nota, enviada à coluna Painel, na Folha de S.Paulo.

Insistência pode causar ações judiciais e de reparação de danos
“Bem como quanto à impossibilidade e ilegalidade de se realizar campanha pró ou contra determinado candidato, coagindo, intimidando, admoestando ou influenciando o voto de seus empregados com abuso de poder diretivo”, diz trecho do documento. O descumprimento pode causar ações judiciais e de reparação de danos.

O Ministério Público do Trabalho já registrou, ao todo, 252 denúncias de assédio eleitoral de empresas contra funcionários em todo o país. Dessas, 39 são em Santa Catarina, de acordo com informações de Carta Capital. Com informações da Revista Fórum.

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