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#Chapada: Artista de Lençóis é premiado na 64ª edição dos Salões de Artes Visuais da Bahia

Artur de Andrade foi selecionado entre 42 artistas da Bahia que participaram do evento | FOTO: Rita Tavares |

O artista Artur de Andrade, de Lençóis, na Chapada Diamantina, foi um dos 14 premiados da 64ª edição dos Salões de Artes Visuais da Bahia, com a obra ‘Pretos’, na modalidade gravura.

Ele foi selecionado entre 42 artistas da Bahia que participaram do evento promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb/Secult). Os demais artistas fizeram parte de diferentes modalidades visuais, como pintura, escultura, desenho, performance, instalação, tapeçaria e outras.

“Ser selecionado no Salão de Arte da Bahia é um acontecimento que honra o trabalho comprometido não apenas com a estética de uma linguagem visual, no caso da gravura, mas que é dedicado a um assunto profundo e marcante gravado em nossa memória, como é o caso da luta do povo preto na Bahia e no Brasil. Escolhi uma obra política que traduz o conjunto dessa pesquisa em um enredo gráfico conectando 11 personalidades negras dos últimos 3 séculos. Entregá-lo ao Estado é uma satisfação e ao mesmo tempo um sentido natural, como o rio corre para o mar”, conta.

Formado pela Universidade Federal da Bahia em Artes Plásticas, mestrando, xilogravador referência na Escola de Belas Artes, aos 32 anos, Artur já participou de diversas exposições coletivas na Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Sua primeira experiência individual foi com a obra “Traços Ancestrais”, na cidade de Brighton, na Inglaterra. Hoje Artur é poeta, músico-compositor e capoeirista, além de professor de Xilogravura do Museu de Arte Moderna da Bahia.

Suas pesquisas contribuíram para criação da obra premiada no edital: “Ao longo de uma década venho desenvolvendo uma pesquisa em torno do entalhe de matrizes de alto relevo, buscando uma expressão própria da fisionomia humana, criando o meu estilo gráfico de expressão. Em 2022, apresentar a obra ‘PRETOS’ no Salão de Arte da Bahia é um acontecimento que honra o meu trabalho de anos pesquisando a história da Bahia, retribuo simbolicamente o valor do legado da luta e cultura do nosso povo na linguagem gráfica mais direta possível: preto sobre branco.”

E para continuar compartilhando seu conhecimento, o professor fundou a ‘Galeria Soar’, em Lençóis. “Neste espaço acontecem diversos encontros artísticos e culturais, como um verdadeiro ponto de cultura onde apresento à comunidade e ao público visitante o meu percurso na arte do entalhe, poesia e música.”

A exposição da 64ª edição dos Salões de Artes Visuais da Bahia está aberta, gratuitamente, até o dia 27 de novembro, no Museu de Arte da Bahia (MAB), na ‘Av. Sete de Setembro’, em Salvador. A visitação ocorre de terça a sexta-feira, das 13h às 18h, e aos finais de semana das 13h às 17h.

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