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#Chapada: Após dois anos de desvalorização da categoria, médicos do Hospital Regional de Jacobina pedem demissão coletiva; veja o vídeo

Médicos explicaram que estão há três meses sem receber salários, um deles há seis meses | FOTO: Montagem do JC/Jacobina Notícias |

Todos os médicos do Hospital Regional Vicentina Goulart, em Jacobina, na Chapada Norte, pediram demissão de seus cargos. A decisão, de acordo com os profissionais, ocorre após as sucessivas demissões e mudanças realizadas pela prefeitura de Jacobina nos últimos dois anos, os constantes atrasos nos salários e a desvalorização da categoria.

Um documento assinado pelo corpo médico do Hospital Regional foi enviado ao site Jacobina Notícias. Nele, os profissionais listam os problemas enfrentados e informam que permanecerão trabalhando apenas até o dia 17 de novembro, sem interrupção dos serviços para a população até esta data.

O mesmo documento (confira no final da reportagem) foi enviado ao Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), Instituto Vida Forte, Secretaria Municipal da Saúde, Ministério Público do Estado da Bahia, Conselho Municipal de Saúde e imprensa.

O prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB), durante pronunciamento, na noite desta quinta-feira (27), disse que os problemas relacionados a saúde não passam de ações de pessoas “irresponsáveis” que “estão pregando o terror”. O gestor tranquilizou a população e garantiu que não haverá “descontinuidade de serviços”.

Em entrevista ao site Jacobina Notícias (assista abaixo), os médicos Leandro Oliveira e Heitor Maia rebateram os ataques do prefeito Tiago Dias, que teria chamado os profissionais de “irresponsáveis” e os acusado de estarem “pregando terror”. Eles explicaram que estão há três meses sem receber salários, um deles há seis meses. Além disso, não seria a primeira vez que ocorre o atraso, de acordo com os profissionais, o problema é frequente.

“Não há nenhuma ação política na nossa decisão, porém alguns são vítimas de perseguição política por parte da gestão municipal”, declararam. Eles alertaram para a suspensão dos internamentos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que já não está admitindo nenhum paciente.

Uma pessoa estaria internada no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho (HMATS) em estado grave, precisando de UTI, mas o paciente não pode ser encaminhado porque o médico responsável pela regulação, Dr. Laudenor, foi demitido. Dr. Leandro contou ainda que o aparelho de gasometria da UTI está sem funcionar há 15 dias.

Os médicos se emocionaram ao lembrar das vidas que salvaram e do trabalho em equipe pela saúde de Jacobina desde a reabertura do Hospital Regional, em 2019, sobretudo durante o período da pandemia da Covid-19 quando a unidade passou a ser um centro de referência no tratamento da doença. Jornal da Chapada com informações de Jacobina Notícias.

Confira abaixo o documento:

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