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#Esportes: O craque do jogo de estreia do Brasil na Copa do Catar, Richarlison, é anti-Bolsonaro

Em uma entrevista ao diário esportivo argentino Olé, em setembro de 2021, Richarlison teceu críticas ferozes ao governo de Jair Bolsonaro e se mostrou um jovem politizado | FOTO: Lucas Figueiredo/CBF |

Os dois primeiros gols do Brasil na Copa do Mundo do Catar foram do atacante Richarlison, atleta do Tottenham, da Inglaterra. Diante da Sérvia, vencida por 2 a 0 no Estádio Nacional de Lusail, a estrela da abertura do Mundial marcou aos 17 e aos 28 minutos do segundo tempo, este último um ‘golaço’.

Richarlison é uma figura diferente no mundo do futebol atual. O jovem de 25 anos é irreverente em suas comemorações, como a do pombo – que já virou a sua marca – mas faz questão de frisar que não chegou ao topo na carreira porque ‘faz gracinhas’.

“Estamos falando de seleção brasileira. Todo dia surge um atacante novo aí, na minha posição a disputa está bem grande. Mas eu estou na seleção não é porque fico de gracinha ou porque fico brincando com meus companheiros. É porque jogo meu futebol lá no Everton e quando venho aqui dou minha vida, faço meus gols, faço meu melhor. Por isso eu visto essa camisa com a maior alegria e faço meu melhor trabalho possível”, disparou o atacante durante entrevista coletiva na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), em março deste ano.

Numa entrevista ao diário esportivo argentino Olé, em setembro do ano 2021, Richarlison fez críticas ferozes ao governo de Jair Bolsonaro e se mostrou bastante politizado, ainda que tenha evitado citar diretamente o nome do presidente. Ele quebra o paradigma do boleiro despolitizado, fútil e evangélico que virou marca das últimas safras no país.

Uma outra característica do atacante é a preocupação com os pobres (citando sempre sua origem), assim como o importante papel que exerceu durante o período da pandemia, quando incentivou o uso de máscaras, o comportamento social responsável e a vacinação contra o Sars-Cov-2, diferentemente da imensa maioria de seus companheiros de seleção, que viviam a bajular as posições radicais e negacionistas do problemático e autoritário presidente brasileiro.

Será que num país desesperado para virar a página e para recuperar o orgulho de sua camisa verde e amarela um jovem anti-Bolsonaro, tão politizado e cabeça aberta, seria um bom presságio para esta Copa do Mundo? Redação da Revista Fórum.

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