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#Bahia: Escritora trans baiana lança romance policial escrito em Salvador

Escritora baiana Van Amorim, de 29 anos | FOTO: Divulgação |

A escritora baiana Van Amorim, de 29 anos, nasceu em Salvador e foi criada no bairro de Águas Claras, onde venceu um campeonato de poemas, aos 10 anos, na Escola Dra. Maria do Carmo Vilaça. Desde então, ela não parou mais de escrever e sonhar em ser a escritora do estado da Bahia. A versão física de ‘O Eclipse’ foi lançado no dia 27 de novembro, na Livraria Leitura do Salvador Shopping e acompanhou uma sessão de autógrafos da autora.

“Eu só escrevo histórias que se passam no meu estado, na minha cidade, nas ruas em que eu vivi. Então, por se apaixonada por Salvador e por ter esse sonho de me tornar escritora do estado desde criança, eu não consigo e nem quero me desvencilhar disso. Vou dedicar toda a minha vida ao povo baiano”, disse ao Jornal da Chapada.

O livro chega ao Brasil no formato físico através da editora portuguesa ‘Chiado’. A escritora tem na agenda uma sessão de autógrafos no dia 28 de janeiro, em Lisboa e passará por mais sete países da língua portuguesa. A história se passa inteiramente na Bahia, explorando os principais pontos turísticos de Salvador, como: Pelourinho, Mercado Modelo, Elevador Lacerda, Farol da Barra e entre outros cartões postais da cidade.

A obra com 50 capítulos e 570 páginas conta a vida de uma jovem romântica e sonhadora que sai da pequena cidade de Varzedo-BA para a capital com o sonho de se tornar modelo internacional. Luna se apaixona por Apolo Jacquin, um misterioso ‘médico’ suíço, enfrentando crise no casamento. Ela passa a viver perigosamente um triângulo amoroso e se depara com a maior dor de sua vida, o assassinato do ambientalista José Colosso, seu pai, que foi executado e encontrado morto ao lado do corpo do seu ex- namorado, na Ilha de Itaparica, em circunstâncias misteriosas.

O crime choca a população local e desperta o interesse da polícia para as buscas e investigações, tendo Cora Mitchell, Perita Criminal do Departamento de Polícia Técnica da Bahia e sua rival, à frente do caso. Uma mulher fatal, capaz de tudo para conseguir o que quer, usando sua beleza como maior aliada.

Em janeiro, a autora viaja para Portugal e deve passar por outros sete países | FOTO: Divulgação |

Biografia
Van Amorim é uma escritora, professora, colunista e roteirista natural de Salvador – Bahia, tem 29 anos e é formanda em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira) na Universidade Salvador (UNIFACS) e formanda em Letras- Libras, Segunda Licenciatura (UNIASSELVI).

A sua história com a escrita é a mais intensa possível, tanto que rendeu o seu primeiro livro ‘O Código da Sabedoria’. Uma autobiografia romanceada, narrada na terceira pessoa. Isso fez com que se apaixonasse e mergulhasse de vez no fantástico mundo literário, desvelando o prazer de ser escritora. Mas a proeza foi ainda na sua infância, quando vencera aos 10 anos um campeonato de poema na escola, em Águas Claras.

O prêmio era assistir ao concerto da ‘Orquestra Sinfônica da Bahia’ na sala principal do Teatro Castro Alves e ter seu poema em exposição no Shopping Iguatemi. Van escreve desde criança porque ama e não se vê fazendo outra coisa. Amante dos idiomas, da paz e dos romances policiais.

Sequestrada aos 15 anos, a escritora viveu esse triste episódio junto a mais dois colegas no Tanque do Coronel, bairro de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Era uma linda manhã de primavera, dia 9 de junho de 2008, quando foram colher frutas próximo a uma fazenda, acompanhada de uma menina de 22 anos e um rapaz de 20. Lá encontraram três bandidos armados, que além de amarrá-los e torturá-los, resolvem estuprá-la e raptá-la por horas. O crime chocou a população local e despertou o interesse da polícia para as buscas e investigações.

Vanessa passava pelo primeiro processo de transição na época e decidiu narrar tudo que viveu no livro ‘O Código da Sabedoria’ como um menino gay, com o intuito de abrir o debate para a visibilidade transgênero.

Hoje colunista do site ‘Salvador Notícias’, a escritora escreve matérias de assassinatos como forma de protesto, pois o trauma fez com que ela desenvolvesse síndrome do pânico, um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. Atualmente faz acompanhamento psicológico para seguir em frente, encarando a realidade de uma mulher transexual, dos crimes e dos perigos da vida em sociedade.

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