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#Brasil: Segundo dia de greve dos pilotos têm maior adesão; paralisação continua nesta quarta

Aeroporto de Confins: desembarque e pessoas aguardando os voos que atrasaram após greve dos aeronautas | FOTO: Videopress Produtora |

A greve dos pilotos, copilotos e comissários de voos vai continuar nesta quarta-feira (21). Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), as empresas aéreas não se posicionaram até o momento e a mobilização vai seguir até que as reivindicações sejam atendidas.

O segundo dia de paralisação, nesta terça-feira (20), teve maior adesão e causou mais transtornos aos passageiros do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, e os terminais de Congonhas e Guarulhos (São Paulo), Galeão, Santos Dumont (Rio de Janeiro), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza e Brasília.

No Aeroporto de Confins, as alterações de voos de outros Estados causaram atrasos de até uma hora e meia. Passageiros tiveram seus compromissos ameaçados e familiares relataram prejuízos ao gastar muito mais com estacionamento no terminal.

Segundo a administradora do aeroporto, a BH Airport, não houve cancelamentos em função da greve e foram registrados apenas dois atrasos de chegada a Confins, no período da manhã, dos voos Gol 2051 (Santos Dumont) e Gol 1303 (Congonhas). “Estamos operando normalmente. Para mais informações, estamos orientando a procurar a companhia aérea”, informou a BH Airport em nota.

No momento da paralisação, das 6h às 8h, a Infraero registrou 18 atrasos e dois cancelamentos de voos em Congonhas, além de outros 11 atrasos e cinco cancelamentos em Santos Dumont. Até as 18h, já eram 55 cancelamentos e 126 atrasos nesses dois aeroportos.

Não há previsão de encerramento da greve
Segundo Henrique Hacklaender, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a paralisação vem crescendo, com a maior adesão de profissionais. “Fizemos o que precisa ser feito e vamos continuar fazendo. Vamos para um terceiro, para um quarto, para um quinto dia… Quantos forem necessários”, avisou, em live divulgada nesta terça.

O presidente da SNA afirmou que as negociações não avançaram com as empresas aéreas. A categoria ainda rejeita a proposta apresentada no fim de semana pelo sindicato patronal de ganho real de 0,5% e de venda das folgas.

Os pilotos, copilotos e comissários de voos reivindicam recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real (acima da inflação) de 5%, além de melhores condições de descanso, como respeito à definição de folgas. Não há previsão de encerramento da greve.

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), por sua vez, destacou nesta terça, em nota, que têm colaborado com a negociação e buscado soluções para garantir o pleno atendimento de todos os seus clientes especialmente neste período de alta temporada.

Segndo o SNEA, o preço das passagens aéreas foi fortemente impactado por conta da pandemia, da desvalorização do real frente ao dólar e do conflito na Ucrânia, resultando no aumento do preço do petróleo.

“O querosene de aviação (QAV) acumula alta de 118% na comparação com o ano de 2019 e hoje representa mais de 50% dos custos totais das empresas, que por sua vez têm uma parcela de cerca de 60% dolarizada. De 2016 a 2021, as empresas aéreas acumulam prejuízo de R$ 41,8 bilhões, segundo dados da ANAC. Além disso, o setor herdou dívidas milionárias que foram geradas durante a pandemia, quando foi deflagrada a maior crise de sua história”, informou o SNEA em nota oficial.

Tribunal Superior do Trabalho determinou 90% de operações
As negociações entre os trabalhadores e o sindicato das empresas aéreas iniciou em outubro. Após encerrada as negociações diretas entre os sindicatos, no último fim de semana, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) iniciou uma mediação entre as partes, mas a proposta foi rejeitada pelo SNA.

O TST determinou que 90% das operações deveriam ser mantidas pelos aeronautas durante o período de greve. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) deve informar os efeitos decorrentes da greve.

Segundo o Tribunal, não serão tolerados decumprimentos da decisão judicial sob pena de responsabilização civil e criminal por atos praticados ao longo do período. A multa pelo descumprimento é de R$ 200 mil por dia.

O que as empresas devem fazer em caso de atraso e cancelamento Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)
– manter o passageiro informado a cada 30 minutos quanto à previsão de partida dos voos atrasados
– informar imediatamente a ocorrência do atraso, do cancelamento e da interrupção do serviço
– oferecer gratuitamente, de acordo com o tempo de espera, assistência material
– oferecer reacomodação, reembolso integral ou execução do serviço por outra modalidade de transporte, cabendo a escolha ao passageiro, quando houver atraso de voo superior a 4 horas ou cancelamento

Assistência material em caso de atraso ou cancelamento por tempo de espera
Contado a partir do momento em que houve o atraso ou cancelamento, segundo a Anac
– A partir de 1 hora: comunicação (internet, telefone etc.)
– A partir de 2 horas: alimentação (voucher, refeição, lanche etc.)
– A partir de 4 horas: hospedagem (somente em caso de pernoite no aeroporto) e transporte de ida e volta. Se o passageiro estiver no local de seu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte para sua residência e de sua casa para o aeroporto

Com quem reclamar
Pelo canal de atendimento da Anac. A agência orienta, contudo, que o passageiro procure primeiramente a companhia aérea para buscar uma solução mais rápida do problema e, caso não fique satisfeito, registre a reclamação.
Para dúvidas, o passageiro deve ligar para o telefone 163 (ligação é gratuita de qualquer estado do país, todos os dias das 8h às 20h).
Para entrar em contato diretamente com a companhia aérea, ligue para algum dos telefones abaixo:
– Gol: 0300 115 2121. Quem adquiriu as passagens pelo programa de milhas Smile deve entrar em contato pelo 0300 115 7007 (clientes Diamante e Ouro) e 0300 115 7001 (clientes Smiles e Prata).
– Latam: 4002-5700 (capitais) e 0300-570- 5700 (demais localidades do Brasil).
– Azul: 4003-1118 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 887 1118 (demais localidades do Brasil). Com informações da Folha e d’O Tempo.

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