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#Brasil: Golpistas agridem youtuber que apelidou Bolsonaro de ‘tchuchuca do centrão’

Em vídeo editado após a live, Wilker escreveu uma mensagem contando o que ocorreu | FOTO: Reprodução |

“O trabalho que eu fiz sempre foi questionar. Em 1º de janeiro de 2023 eu estarei lá questionando o petista”. Com esta frase Wilker Leão inicia a gravação de uma live que foi interrompida por agressão. Advogado e youtuber, Leão criou o apelido “tchutchuca do centrão”. No mês de agosto o presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu a cabeça e partiu para a agressão contra o youtuber, quando foi chamado pelo apelido.

Após ouvir protestos por estar registrando a aglomeração bolsonarista, o advogado e youtuber respondeu: “mas o trabalho é honesto, ao vivo aqui, cara”. Os golspistas acusavam Leão de não transmitir as filmagens na íntegra, editando trechos que lhe fossem convenientes. Por diversas vezes o youtuber tentou explicar que as transmissões são ao vivo, o que impediria qualquer edição, orientando: “entrem aí, é Wilker Leão, podem conferir, está ao vivo”.

Agressão
Ouve-se alguém ao fundo ameaçando tomar o celular, ao que ele responde: “tomar celular? Vocês são a favor de violência? Está ao vivo aqui”. Em seguida Wilker abaixa o aparelho celular e uma pessoa que o acompanha, de nome Alef, se aproxima. Em seguida a transmissão é interrompida.

Instantes depois a live é retomada e uma das mulheres vestida com camisa da CBF o está acusando de ter editado as imagens, ao que ele insiste que se trata de uma transmissão ao vivo. Com vários celulares filmando a mesma ação, as acusações contra Wilker Leão se avolumam e um dos presentes afirma que o advogado caiu. “Ah, eu caí? Não me jogaram no chão não? Não me jogaram não?”, pergunta o youtuber em tom de questionamento, completando em seguida: “o cara, covarde, me puxou por trás”.

Escondidos
Usando “é de esquerda” e “é petista” como xingamentos, os golpistas seguem a grita, até uma outra mulher com camisa do Brasil bradar, como se fosse uma denúncia seríssima: “estavam escondidos em nosso movimento! Estavam escondidos!”. Acusado, ainda, de ser sustentado pelo pai, o advogado responde que seus recursos vêm da monetização dos vídeos que transmite via plataformas de internet, sobretudo o Youtube.

Sem ouvir ou contra-argumentar diante da informação de que a transmissão é ao vivo e, portanto, não tem edição, as acusações seguem, incluindo a hilária afirmação de um dos golpistas, enrolado em uma bandeira do Brasil: “quem lacra não lucra”. Aos poucos, os patriotas vão se afastando e neste momento um dos participantes da aglomeração, com uma camisa escrito “Intervenção federal”, é o único que se dispõe a dialogar por alguns segundos. O homem pergunta a Wilker: “Mas você acha que não vai dar não, aqui ó, intervenção federal? Tem que ser, viu?”. O advogado então diz que acha que a oposição deve ser feita da maneira correta, afirma que fará e diz que a pessoa que o acompanha fazendo as filmagens [Alef] é de esquerda, mas ele não.

Lula
Enquanto Wilker e o defensor da intervenção militar dialogam, dois homens se aproximam de Alef e o constrangem por ter se manifestado em favor do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), momentos antes. “Você vai ficar falando de Lula aqui?”, ao que Wilker responde que o cinegrafista cometeu um erro e desconversa.

Em vídeo editado após a live, Wilker escreveu uma mensagem contando o que ocorreu: “nesse momento meu celular saiu da gravação e a porrada cantou para cima de mim. Infelizmente, na tentativa de roubarem os 2 celulares, a live bugou e não ficou salva. E esses são os ‘cidadãos de bem’ que afirmam que são pacíficos e que defendem a liberdade. A verdade é que só são pacíficos uns com os outros e defendem a liberdade apenas deles mesmos”. Em seguida ele reaparece ao lado de dois homens vestidos com uniformes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), afirmando que estão ali para garantir sua segurança, uma vez que foi perseguido e agredido pelos bolsonaristas, ação que ele classifica como “covardia”. Depois de um tempo a polícia o escolta para longe da aglomeração.

Porradas
Há ainda um trecho final, filmado por Wilker e Alef já fora da aglomeração golpista, em que eles contam que “tomaram umas senhoras porradas”. Wilker diz que levou um chute na perna que chegou a sangra, e filma o ferimento. Afirma, entretanto, que estão bem e que o contexto foi diferente do planejado, o qual lhes garantiria segurança, dizendo que “deu errado”.

Eles contam que em algum momento um dos golpistas gritou “Lula, ladrão”, ao que o Alef respondeu “Lula, ladrão, roubou meu coração”, e que a provocação teria motivado a agressão. Ambos consideram que a provocação foi um erro, mas denunciam que foram ameaçados inclusive por pessoas que diziam estar armadas. O vídeo é encerrado com a seguinte frase de Wilker Leão: “Mais um dia com o gado sendo gado e zero espanto para nós”. Com informações da Revista Fórum.

Confira a íntegra do vídeo postado por Wilker Leão:

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