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#Vídeo: Três estudantes de Bauru que debocharam de colega de 40 anos desistem do curso

As três estudantes de Bauru que zoaram colega de 40 anos | FOTO: Reprodução/Internet |

Giovana Cassalatti, Beatriz Pontes e Bárbara Calixto, as três estudantes da universidade particular de Bauru (SP), Unisagrado, que debocharam de uma colega de curso pelo fato de ela ter mais de “40 anos”, solicitaram a desistência do curso de biomedicina.

A própria universidade confirmou a informação na manhã desta quinta-feira (16). Um processo disciplinar havia sido aberto para apurar a conduta das três jovens. De acordo com a instituição, com a desistência delas do curso, “o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado”.

O que diz a defesa de uma delas
O advogado César Augusto da Silva, responsável pela defesa de uma das jovens, Giovana Cassalatti, publicou na noite de quarta-feira (15), nas redes sociais, um comunicado afirmando que a estudante está sendo alvo de ameaças e linchamento virtual em virtude do envolvimento no caso.

Ao ser perguntado sobre a desistência de Giovana do curso, ele afirmou que “a desistência tem origem no medo de retornar às atividades na universidade, em razão das ameaças que vem sendo feita” e “nada tem a ver com o processo disciplinar instaurado que, aliás, sequer havia sido oficialmente notificado à aluna”, disse ao g1.

O advogado justificou a atitude da estudante ao afirmar, em nota, que o vídeo havia sido publicado em uma rede “apenas para seus 15 (quinze) melhores amigos”.

Veja a nota na íntegra abaixo:
Nota na íntegra da estudante Giovana Cassalatti
“Giovana Cassalatti, universitária bauruense envolvida em caso de grande repercussão midiática na última semana, vem, por seu advogado, manifestar-se quanto ao ocorrido. Antes de tudo, cumpre esclarecer que o caso tomou proporções inimagináveis, pois inicialmente o fatídico vídeo foi publicado em rede social de uma das alunas e, apenas, para seus 15 (quinze) melhores amigos.

Logo, afirma-se que jamais objetivou-se atentar contra a imagem ou qualquer outro direito da personalidade pertencente à personagem alvo das falas contidas no vídeo, que, por sua vez, sequer teve seu nome citado. Ao contrário, um dos participantes do precitado grupo restrito da rede social utilizou-se do vídeo para lançá-lo na rede mundial de computadores, de maneira irrestrita, sem contexto e em prejuízo à imagem das integrantes do vídeo.

Ressalta-se que as falas podem ter repercussão no campo moral. Entretanto, a tentativa de criminalização e as suposições quanto à possíveis atos ilícitos no âmbito civil, amplamente veiculadas nos últimos dias, ultrapassam a medida do razoável. Os fatos ganharam tamanha proporção que as jovens passaram a ser alvo de ameaças de morte e agressão, o que lhes impede de retomar suas vidas cotidianas. Trata-se, pois, de sequelas infinitamente maiores às, supostamente, impelidas a quaisquer dos personagens envolvidos no caso.

Neste ponto, é preciso destacar a força das redes sociais e seus influenciadores que, por não medirem a força de seus posicionamentos e colocações acabam por incentivar o linchamento virtual e por incitar grupos radicais à prática de agressões reais.

Sobre o tema, informamos que as medidas jurídicas contra àqueles que ofendem, agridem, disseminam informações falsas, criam perfis falsos em redes sociais e ameaçam a integridade física da universitária serão tomadas em momento oportuno, pois o ambiente virtual não pode servir de escudo para a prática de crimes.

Tais questões, por óbvio, geraram repercussão na saúde mental da universitária, pois os valores morais recebidos de sua família são incompatíveis com o desejo de inferiorizar um semelhante, independentemente do que vem sendo veiculado.

O preconceito – seja ele etário, racial, social, religioso, de gênero e todas as suas demais expressões – não faz parte dos valores disseminados pela estudante, de maneira que o episódio reforçará sua busca por posições que se coadunem com seus princípios éticos e morais em seu cotidiano.

Por fim, em que pese sabidamente complexo, o ocorrido não deve servir-se ao papel de oprimir, calar, envergonhar ou ameaçar jovens, cuja trajetória ainda se inicia. Inevitavelmente, durante a vida, lições serão aprendidas, entretanto a maneira de ensiná-las é uma escolha da sociedade em que vivemos”. As informações são da Revista Fórum.

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