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#Bahia: Professores das universidades estaduais vão parar as atividades em protesto por reajuste salarial em Salvador

A paralisação é resultado de acúmulos de insatisfações da categoria | FOTO: Divulgação/Fórum das ADs |

Nesta quarta-feira, dia 12 de abril, professores das Universidades Estaduais Baianas paralisarão as suas atividades e realizarão uma mobilização em Salvador. A concentração do ato será na Praça do Campo Grande, a partir das 9h30. Aprovada nas assembleias das universidades, a paralisação é parte da luta da categoria por reajuste salarial e abertura da mesa de negociação com o Governo do Estado. Um dos objetivos definidos da ação é chamar atenção do governo e dialogar com a sociedade sobre as perdas salariais que a categoria enfrenta nos últimos 8 anos. Já se trata de mais da metade do salário corroído (53,33%), segundo o Departamento Intersindical de Estatística dos Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Desvalorização salarial e precarização
A paralisação é resultado de acúmulos de insatisfações da categoria. Na avaliação das Associações Docentes, a política estadual de desvalorização do trabalho docente nas universidades estaduais tem prejudicado o fortalecimento do ensino superior público baiano e colocado esses profissionais em posições cada vez mais precarizadas. É o que mostrou o levantamento sobre o salário dos professores das Universidades Estaduais do Nordeste, realizado pelo Fórum das Associações Docentes.

A conclusão é alarmante: a Bahia está entre os estados do Nordeste que paga um dos três piores salários aos professores das suas Universidades Estaduais da região. Mesmo sendo um dos Estados mais ricos do Nordeste, a posição da Bahia no ranking é de antepenúltimo lugar, com uma diferença mínima de 10 reais para penúltimo. Os dois últimos lugares da desvalorização são ocupados pelos estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco. O levantamento considerou a condição de um professor auxiliar 40h, em início de carreira, para a metodologia comparativa. Outro levantamento alarmante realizado pelas Associações Docentes é a constatação de que docentes da UNEB, UEFS, UESB e UESC, em início de carreira, ganham um salário abaixo da Lei Nacional do Piso do Magistério Superior.

“Os professores e professoras das Universidades Estaduais da Bahia hoje não são valorizados pelo poder público. Nós damos o melhor do nosso trabalho nas atividades de ensino, pesquisa e extensão em toda Bahia e sofremos com uma política de desvalorização salarial que já corroeu mais da metade de nossa renda num cenário em que todas as contas só aumentaram. Voltamos a posição de um dos piores salários do Nordeste, se comparado às outras universidades estaduais da região. Em início de carreria ganhamos menos do que a lei do piso nacional do magistério. Essa situação não pode continuar, a categoria está muito insatisfeita. A universidade não funciona sem nós e a Bahia não avança sem as universidades estaduais. Por isso, hoje paralisamos as nossas atividades pra dizer chega. Queremos respeito, valorização e investimento nas nossas instituições”, demarcou Alexandre Galvão, presidente da Adusb e coordenador do Fórum das Associações Docentes.

Em 2023, houve reajuste salarial apenas para o alto escalão do serviço público da Bahia. Até agora, os percentuais de reajustes aprovados pelo Governo do Estado foram de 48,5% para o governador, vice-governador e secretários; 16% para deputados estaduais e mais de 5,99% para procuradores e promotores. Nacionalmente, o Governo do Presidente Lula instituiu a mesa de negociação com os sindicatos do funcionalismo público federal e reajustou o salário de todo o serviço público em 9%, com acréscimo de R$ 200 no auxílio alimentação.

O governador Jerônimo se mantém em silêncio sobre o reajuste para o conjunto dos servidores públicos baianos. Atualmente as Associações Docentes tentam diálogo com o novo governo estadual para tratar o tema do reajuste salarial. Contudo, apesar de algumas reuniões informais para apresentação da pauta, a mesa de negociação ainda não foi instalada. A luta pela abertura imediata da mesa de negociação é um dos principais motivos da paralisação docente deste 12 de abril. As informações são de assessoria.

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