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#Polêmica: CPI dos Atos Antidemocráticos desmascara empresário bolsonarista; veja aqui o vídeo

Fábio Félix expõe contradição de bolsonarista | FOTO: Divulgação/CLDF |

O empresário bolsonarista Joveci Xavier de Andrade foi ouvido nesta quinta-feira (13) pela CPI dos Atos Golpistas de Brasília. O depoimento dele para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) foi marcado por inconsistências.

Munido de um habeas corpus, Andrade teve o direito de permanecer em silêncio e não ser submetido ao juramento de dizer a verdade, além de estar acompanhado dos advogados na CPI dos Atos Antidemocráticos. Andrade é sócio da Melhor Atacadista, supermercado atualmente com oito lojas no DF, Garra Distribuição, empresa do ramo de alimentos, Canal Distribuição e Marcas Premium, que atua no setor de frutas secas e castanha.

O deputado Fábio Felix (PSOL), que integra o colegiado, comentou à Revista Fórum as contradições do depoimento de Andrade. “O depoente gerou mais dúvidas que esclarecimentos. Em muitos momentos, recorreu à ‘falta de memória’ para se esquivar de responder se financiou ou não os atos golpistas. Agora é fundamental que a gente confronte as alegações deles às provas processuais”.

Durante a sessão, Félix ressaltou que a fala do depoente não é juramentada. “Ele conseguiu uma liminar para não precisar falar a verdade. Então, ele não é obrigado a falar a verdade hoje. Portanto, tudo deve ser comprovado pela investigação da Polícia Civil”, observou Felix.

O empresário respondeu às perguntas dos deputados, embora com divergências no que disse. Questionado pelo presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), se participou de atos e manifestações bolsonaristas, negou. “Eu não participei”, disse. Só que uma foto exibida com a participação dele em atos o fez admitir ter ido. “Ir lá, eu fui. Eu entendi o participar de uma outra forma”, despistou.

Andrade admitiu ter ido à Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, mas garantiu não ter invadido nenhum prédio público. Disse que crê na democracia e nas urnas e defende o direito de manifestação. “No dia 8, cheguei à manifestação depois de 16 horas e não invadi nenhum prédio. Quando cheguei lá, vi que a coisa estava feia e tudo já estava destruído. Não entrei em prédios públicos. Só me aproximei do Palácio do Planalto. É de uma estupidez sem tamanho aqueles atos que quebraram, puseram fogo, roubaram as peças. Não tenho dúvida nenhuma que as pessoas que fizeram isso merecem estar presas”, disse o empresário.

O distrital do PSOL considerou contraditória a linha do tempo apresentada pelo empresário. Ele disse ter chamado o Uber para participar dos atos golpistas às 16h daquele domingo. O quebra-quebra teve início por volta das 14h30. O fato estava sendo amplamente noticiado pela mídia e circulado em grupos de WhatsApp. Ainda assim, o bolsonarista afirmou ter ficado surpreso com o ocorrido. “É no mínimo intrigante que uma pessoa adulta, com inteligência para construir um patrimônio milionário, não tenha capacidade de identificar uma tentativa de golpe, não acham?”, questionou Félix, pelas redes sociais.

“Não me recordo””
Andrade é suspeito de ter financiado outdoors para a campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro no ano passado. Ao ser perguntado por Félix, respondeu não se recordar. “Se vocês fossem um empresário e tivessem pago outdoors pró-Bolsonaro, que estavam espalhados pelo DF durante as eleições, vocês esqueceriam? O empresário Joveci Andrade, sócio do Melhor Atacadista, que está sendo inquerido na #CPIDosAtosGolpistas, diz que não se recorda”, questionou o distrital pelas redes sociais.

Andrade negou ainda ter patrocinado alimentação, trio elétrico, outdoors ou faixas de protesto para as manifestações do dia 8 de janeiro. “Que eu me recorde, não participei de vaquinha e não doei mercadoria. É difícil tirar dinheiro de comerciante”, repetiu inúmeras vezes. As informações são da Revista Fórum.

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