Um dos investigados pela Polícia Federal no escândalo da falsificação dos cartões de vacina, que pode levar Jair Bolsonaro para a prisão, é o ex-vereador carioca Marcello Siciliano (PP). O político teria ajudado o tenente-coronel e ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, a conseguir um cartão de vacinação falso para a sua esposa.
Em 2018, a Polícia Civil captou uma ligação entre Siciliano e um miliciano, onde o então vereador conversava com milicianos para acelerar a investigação de um crime de interesse da organização criminosa e realização de projetos sociais em uma região controlada pelos bandidos. No encerramento da conversa, Marcello diz “te amo, irmão” para um miliciano.
À época, o vereador negou a associação, dizendo que “não tem e nunca teve envolvimento com milícia”. Em 2020, a campanha de Marcello Siciliano foi acusada de ameaçar fisicamente adversários políticos. “Nós procurávamos um local melhor para divulgar o nosso trabalho e resolvemos dar uma volta na orla da Barra (…) Intimidaram dizendo: ‘você não pode ficar aqui. Tem tanta área, tanto lugar para você fazer campanha. Aqui não. Aqui é a gente. Aqui quem manda somos nós. Você tem que sair daqui”, disse uma testemunha em anonimato.
Caso Marielle
Marcello Siciliano foi citado por uma testemunha como um dos interessados na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em 14 de março de 2018 junto com o miliciano Orlando Curicica. Posteriormente, o motorista e ajudante de ordens de Curicica, Renatinho Problema, confirmou que o vereador e o miliciano se encontraram em quatro ocasiões anteriores ao assassinato de Marielle Franco.
Siciliano nega envolvimento. “Eu fui injustamente acusado, há 10 meses, por um miliciano – réu confesso, um bandido, que eu também quero saber o porquê ele fez isso contra mim -, que prejudicou diretamente toda a minha família e a minha vida. Só quem sofre uma injustiça sabe o que que é isso. Uma injustiça desse tamanho, então, nem se fala”, disse em 2020.
Agora, seu nome entrou na mira da Polícia Federal por ter facilitado a emissão de dois comprovantes de vacinação. Segundo a investigação da PF e informações do G1, Siciliano teria ajudado Cid em troca de ajuda nas investigações sobre o caso Marielle Franco. Em 2019, Giniton Lages, titular da Divisão de Homicídios da Capital, afirmou que a hipótese do envolvimento entre Siciliano no caso Marielle Franco não estava descartada. As informações são da Revista Fórum.