A Galeria Villaflor, no Vale do Capão, município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, apresenta a exposição ‘Memória da Água’ da artista e terapeuta integrativa Francesca Cerami. Essa exposição acontece deste sábado (6 de maio) até o dia 15 de junho e oferece entrada gratuita. Com imagens que apresentam emoções delicadas e imagens inconscientes, a exposição emergem inesperadamente através do uso da água e outros materiais que resistem entre si.
A técnica de Cerami nasce a partir de erros que resultam na concentração tranquilizadora da artista, permitindo-lhe capturar as imagens que surgem. Além da exposição, laboratórios criativos para crianças, adolescentes e adultos estão disponíveis. Cerami vive há dois anos no Vale do Capão e é guardiã do centro de arte Ananda Mata, Labirinto Sinestésico, onde cria e recebe artistas em residência.
Seus estudos em belas artes, história da arte e terapia da arte complementam suas práticas holísticas, incluindo yoga, meditação, theta healing, reiki Shin-Do, massagem terapêutica e tarô. Francesca também é estudante de música, composição, pedagogia Griô e dança, e é apaixonada por mitologia, histórias, Teatro do Oprimido, rituais, cachorros e jardins secretos.
‘Memória da Água’ explora a memória ancestral de nossas células e águas internas, nossas memórias pré e pós-natais, e como elas afetam os relacionamentos e traumas. No entanto, também nos encoraja a transformar e determinar o presente, a usar o livre-arbítrio e a apreciar as nuances infinitas das emoções, que são refletidas nas cores da água. “A exposição nos convida a ouvir, observar e respirar cada cor, reconhecer nossa fragilidade e impermanência, e curar nossas memórias através da água”, sintetiza a artista.
Para, pensa, observa, escuta, silencia, respira cada cor
As cores que a água assume, graças aos reflexos, luzes e sombras são infinitas, assim como infinitas são as tonalidades das nossas emoções na relação: raiva, vingança, felicidade, alegria, inveja, agressividade, paixão, afeto, atração, rejeição, fazem parte das cores do amor.
O amor, por exemplo, tem nuances: algumas leves e doces, outras duras e densas. São todas as nuances que durante nossa jornada pudemos conhecer e vivenciar, alcançando um estado de paz com cada uma delas, para poder evoluir. “Completada ao longo de muitos anos, esta obra preserva, guarda e conta a memória, as paixões, os medos relacionados com a nossa viagem da Alma na Terra”, aponta Cerami.
De acordo com a artista, “o trabalho foi inspirado em um relacionamento à distância com a amiga e terapeuta Giulia Berra, durante anos de correspondência em forma de poemas, palavras, sons e imagens. Foram narrados acontecimentos tão traumáticos que não podiam ser expressos em palavras, e assim nasceram os poemas e as imagens. Esses temas reais e presentes no cotidiano têm raízes muito profundas a serem buscadas na memória ancestral, para poder vê-los, reconhecê-los e finalmente transformá-los”.
Com o tempo, a obra original, já apresentada na Itália, tornou-se um livro para terapeutas e amadores. Recentemente a autora elaborou novas imagens que formam parte desta mostra como aparece no dia de hoje. A história foi realizada em forma de performance, pois a autora sentiu que o corpo do protagonista era necessário para poder encarnar, expressar e transformar todos os assuntos que formam parte da jornada.
Jornal da Chapada