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#Polêmica: Coronel golpista foi condecorado por Lula com a ordem do Mérito Militar

Batalhão de apoio às Operações Espaciais do Exército | FOTO: Exército Brasileiro/Divulgação |

Além do coronel Jean Lawand Junior, ex-subchefe do Estado Maior do Exército, a nova leva de diálogos e documentos encontrados pela Polícia Federal (PF) no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e braço direito do de Jair Bolsonaro, mostra que ao menos 7 outros militares do alto escalão das Forças Armadas participaram da conspiração por um golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo reportagem de Marcelo Godoy e Weslley Galzo, do jornal Estadão, entre os militares que conversaram sobre golpe em um grupo de WhatsApp intitulado “Doss” está o coronel Anderson Corrêa dos Santos, que trabalhou no gabinete da intervenção federal do Rio de Janeiro, em 2018. No grupo em questão, Santos afirmou que o Brasil estava caminhando para uma crise institucional “muito forte” que que a ruptura já havia ocorrido há muito tempo. Ele foi condecorado recentemente pelo presidente Lula com a Ordem do Mérito Militar.

A maioria dos militares desse grupo que mostravam interesse por um golpe de Estado que mantivesse Jair Bolsonaro no poder era composta por integrantes das Forças Especiais (F.E.), braço do Exército especializados em operações especiais e que tinha forte presença no antigo governo – como, por exemplo, na Esplanada dos Ministérios com Eduardo Pazuello e Luiz Eduardo Ramos.

Um desses militares é o coronel da cavalaria Rodrigo Lopes Bragança Silva, que ministra aulas na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas. Em mensagem enviada no grupo golpista em questão, ele informa sobre a circulação de uma carta aberta para a assinaturas de oficiais cujo intuito era questionar a vitória de Lula nas eleições e a atuação do Poder Judiciário no pleito.

“E aí, agora todos colocaremos o nome nessa rela aí, né? Ou seremos leões de Zap”, escreveu Bragança e Silva, provocando seus pares. Entre outros militares de alta patente que participaram da conspiração golpista descoberta pela PF no celular de Mauro Cid estão o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que trabalhou no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro; o coronel Gian Dermário da Silva, do Centro de Instrução de Operações Especiais (CI Op Esp), em Niterói (RJ); o major da reserva André Luiz Pereira da Silva, que é ex-assessor parlamentar do deputado Vítor Hugo; o coronel Márcio Nunes de Resende Junior, que comandou o 1.º Batalhão de Logística de Selva; o coronel Jorge Alexandre Oliveira de Medeiros de Souza, que trabalhou na 12.ª Região Militar e pertenceu ao 1.º Batalhão de Ações de Comando; e o coronel Anderson Corrêa dos Santos, que trabalhou no gabinete da intervenção federal do Rio de Janeiro.

Coronel da reserva defende exoneração de todos os integrantes do grupo
Marcelo Pimentel, coronel da reserva do Exército, comentou a reportagem do Estadão sobre o grupo de WhatsApp “Doss” e a articulação golpista encontrada pela PF no celular de Mauro Cid e defendeu a exoneração de todos os oficiais envolvidos com a trama.

“Fosse eu o comandante do Exército, e não soubesse de nada disso, antes de pedir minha demissão (por não saber de nada disso), exoneraria todos os que, no grupo zap DOSS, estão em cargos de comando e determinaria a abertura de sindicâncias e/ou inquéritos policiais militares”, escreveu Pimentel. As informações são da Revista Fórum.

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