Com a farda do Exército, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), listou os processos crimInais pelos quais está sendo investigado para justificar que ficaria em silêncio em seu depoimento à CPMI dos Atos Golpistas na última terça-feira (11).
“Como é de conhecimento de vossas excelências é importante destacar que sou investigado pelo pode judiciário, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal, até onde tenho conhecimento em pelo menos oito investigações criminais, sendo elas: a suposta participação em incitação aos atos de 8 de janeiro, a suposta falsificação de cartões de vacinas, a suposta fraude na retirada de presentes recebidos pelo ex-presidente, supostos irregularidades em pagamentos realizados em nome do ex-presidente e ex-primeira-dama, o suposto vazamento de inquérito sigiloso da Polícia Federal, a suposta divulgação de notícias inverídicas – fake news, o suposto envolvimento em milícias digitais e o suposto envolvimento em atos antidemocráticos realizados no âmbito de 2019”, listou Cid em sua manifestação inicial.
“Exatamente por isso, minha defesa técnica impetrou habeas corpus perante o Supremo Tribunal Federal requerendo, em razão da minha condição de investigado, que nessa sessão me fosse assegurado o direito de permanecer em silêncio em razão a questionamentos que possam me incriminar”, afirmou o militar ao lado dos advogados.
Em seguida, Cid leu parte do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pedia a libertação dele por considerar uma “prisão para averiguação”. O documento, no entanto, não foi considerado na decisão do STF, que manteve a prisão do militar.
“Por todo exposto e sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e o trabalho exposto nessa CPI, considerando minha inequívoca condição de investigado, por orientação de minha defesa e com base na ordem do habeas corpus 229323 consentido a meu favor pelo STF farei uso ao meu direito constitucional pelo silêncio”, afirmou.
Diante das indagações da relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Mauro Cid repetiu que usaria o direito de permanecer em silêncio. As informações são da Revista Fórum.