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#Chapada: Assembleia apresenta nova edição da biografia do coronel chapadeiro Horácio de Mattos

. Esta nova edição do livro, publicada originalmente em 1956, é parte integrante do projeto "ALBA Cultural" | FOTO: Divulgação |

O saguão Nestor Duarte, localizado no salão de entrada da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), nesta segunda-feira (30), a partir das 16h30, será o cenário para o evento de reintrodução do livro intitulado “Horácio de Mattos – Sua Vida e Suas Lutas”.

A obra foi escrita pelo jornalista, advogado e ex-deputado Olympio Barbosa. Esta nova edição do livro, publicada originalmente em 1956, é parte integrante do projeto “Alba Cultural”, uma iniciativa do Legislativo voltada para a preservação da rica memória histórica, política e literária da Bahia.

Situada nas minas de diamantes e nas áreas remotas da Chapada, a obra relata a notável jornada do coronel Horácio Queiroz de Mattos, um icônico líder da família Mattos que alcançou uma proeminência política incontestável na região chapadeira. O período da vida de Mattos foi marcado por uma época tumultuada, caracterizada pela política do café com leite na ainda jovem República brasileira, o que acarretava intensos conflitos políticos.

“Contemporâneo dos acontecimentos, Olympio Barbosa conta o que viu com seus olhos e, para evitar imprecisões da memória, apoia-se em abundante documento. E, assim, ao (re) traçar a vida do coronel Horácio de Mattos (1881-1931), oferece-nos uma lúcida visão de uma fase convulsionada dos sertões da Bahia”, escreveu, na “orelha” do livro, o saudoso professor Délio Pinheiro, responsável pela implementação do programa cultura da ALBA, e que faleceu, em 2022, aos 75 anos.

Como descreve o autor do livro, “o que se faz aqui não é um pedaço da história política da Bahia; é, sim, o perfil de um sertanejo incomum e a rememoração de fatos que se infiltram nesta história”. A narrativa revela a audácia, a coragem e a lealdade de Horácio, um homem de instrução elementar, que comercializava pedras preciosas e, revoltado com as injustiças sociais, envolveu-se em lutas sangrentas, que incluíam confrontos com parentes, correligionários e exércitos de jagunços.

RESISTÊNCIA
Horácio de Mattos não apenas desafiou o poder estadual constituído, mas também organizou o Batalhão Patriótico Lavras Diamantinas, que enfrentou os revoltosos da Coluna Prestes. Ele ainda liderou a heróica resistência da cidade de Lençóis, sitiada por tropas policiais, e em 1919, comandou um levante no sertão e uma tentativa de tomada da capital.

A obra também destaca a transformação de Horácio de Mattos, que passou de um coronel temido, líder de um exército no sertão, para um pacificador que promoveu o desarmamento, na década de 30 do século passado. Sua trajetória é um testemunho das complexidades e mudanças políticas na Bahia e no Brasil.

Responsável pela apresentação da obra, o jornalista Paulo Bina, diretor da Assessoria de Comunicação da ALBA, reverenciou não só a memória do coronel retratado no livro, mas também do filho e do neto dele, o ex-deputado Horácio Matos Neto, que morreu prematuramente em 2008, aos 57 anos de idade. “Foram, os três, homens de seus tempos”, afirmou.

Sobre o filho, Horácio Matos Júnior, Bina descreveu: “Deputado estadual, federal e conselheiro do Tribunal de Contas (entre outros cargos públicos), tinha apenas quatro anos quando o pai foi baleado”. Segundo explicou o jornalista, Horácio Júnior “foi partícipe do processo de modernização do Sertão baiano, em especial de sua querida Chapada, e da paulatina redução da ignorância e miséria (ainda grande) nesta vasta área da Bahia”.

Paulo Bina também destacou a trajetória de Horácio Matos Neto, deputado por quatro mandatos na ALBA: “Generoso, leal, gregário e de temperamento cordato e alegre, tornou-se um dos parlamentares mais populares na Assembleia – entre os pares, servidores e sindicalistas do funcionalismo público, sempre em peregrinação por melhores condições de vida e de trabalho”.

O primeiro relançamento do livro de Olympio Barbosa, lembrou Bina, foi um pedido feito por Horácio Matos Neto. Segundo Bina, ele “quis apenas preservar a história e reverenciar a memória de tantos personagens dignos, valentes, honestos e fiéis a um código de valores morais que, infelizmente, está se esgarçando”. Jornal da Chapada com informações do site da Alba.

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