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#Chapada: Natural de Palmeiras, Ulan Galinski se destaca como único brasileiro a competir no ciclismo mountain bike nas Olimpíadas de Paris

O ciclista Ulan Galinski passou toda a sua infância na Chapada Diamantina | FOTO: Reprodução |

Natural de Palmeiras, na Chapada Diamantina, Ulan Galinski se destacou como o único brasileiro a competir no ciclismo mountain bike nas Olimpíadas de Paris. Embora tenha terminado na 26ª colocação, o atleta realizou o sonho de sua família e aspira consolidar sua posição como um dos grandes nomes do ciclismo mundial.

“Era festa de aniversário da minha avó, de 90 anos, e eles me perguntaram se era possível. Naquela época, eu não acreditava muito porque não era nem um dos oito melhores atletas do país, mas eu falei que sim, se eu continuar evoluindo passo a passo, pode ser que sim.”, disse o atleta em entrevista exclusiva para a ESPN antes de embarcar para a França.

A participação de Ulan nos Jogos parisienses tem um significado especial. Sua avó é francesa, e seu pai, um artista de circo, se estabeleceu no Brasil após conhecer a mãe de Ulan na Bahia.

“É o ápice que um atleta pode chegar, é a competição mais importante do mundo. É algo que eu sonhei desde quando eu era criança e comecei a praticar esporte”.

Ulan cresceu no Vale do Capão, situado no interior da Bahia, uma região que integra a bela Chapada Diamantina. Ele lembra de sua infância com um sorriso largo no rosto, compartilhando histórias e memórias felizes daquele lugar encantador onde passou seus primeiros anos. “Tive uma infância super feliz e livre, no meio do mato, tendo contato com a natureza, com vários esportes diferentes e com circo”, destacou.

Os pais de Ulan fundaram a Escola de Circo do Capão, onde o brasileiro realizou diversas apresentações até os 14 anos. Depois disso, Ulan se dedicou mais aos esportes, mas mantém até hoje sua admiração pelas artes circenses. Recentemente, ele surpreendeu seu pai, Jean Paul Galinski, com um número especial em parceria com um amigo para comemorar seu aniversário.

Lamentavelmente, Jean Paul, que se estabeleceu na Bahia, não pôde acompanhar o filho nos Jogos Olímpicos de Paris devido à esclerose múltipla unilateral, uma doença neurológica que afeta os movimentos do corpo. No entanto, ele foi uma das principais influências e incentivadores do sucesso de Ulan.

“Não vou dizer que está mexendo comigo de forma positiva, mas eu diria que foi meu combustível para ter conquistado a vaga olímpica. Meu pai queria que eu me classificasse. Então, foi algo que me deu um combustível a mais”.

“Em todo os treinos, eu lembrava dele brigando para dar um pequeno passo para frente e eu brigava para conseguir abaixar 10 segundos do meu tempo na subida, ou aumentar 20 watts de potência no meu treino, ou abaixar um minuto na subida mais longa da cidade.”

O ciclista teve que deixar a Chapada Diamantina e se mudar para Petrópolis, no Rio de Janeiro, para treinar com a equipe Caloi Henrique Avancini Racing, liderada por seu grande ídolo.

“É o maior nome do Brasil na história do Mountain Bike. Em 2014, eu fui assistir a uma competição e nem levava a sério ainda, e tirei uma foto com ele. Depois, em 2018, tive um bom resultado e ele me parabenizou. Fiquei super feliz só por ele me dado parabéns.”

Então, no final do ano seguinte, o ídolo Henrique Avancini convidou o jovem fã Ulan Galinski para se juntar à sua equipe como parceiro.

“Na temporada de 2020, meu ídolo acabou se tornando meu chefe, depois disso, um amigo, um mentor, um parceiro de equipe e um rival, de certa forma, nesses últimos anos de carreira.”

O atleta Ulan compartilhou como foi competir e tentar vencer seu ídolo e chefe, Henrique Avancini, que se mostrou ser seu rival mais desafiador.

“Quando eu era sub-23, tinha uma lista de todos os atletas da elite que queria ganhar, eu fui riscando um por um, mas eu não conseguia riscar o nome dele porque não conseguia ganhar dele.”

“Aí em 2023, consegui a minha primeira vitória em cima dele, e aí ele foi o último dessa lista que tinha de atletas top a nível nacional. Mas, de forma sempre muito saudável.”

Atualmente, o maior desafio de Ulan é lidar com a saudade da família, pois precisou deixar a Chapada Diamantina e se mudar para Petrópolis, no Rio de Janeiro, para treinar. “Para mim foi muito difícil estar longe de casa nesse momento e não poder ajudar, não só meu pai, mas toda a família.”

Na França, Ulan Galinski terá a oportunidade de matar um pouco da saudade dos familiares que vivem no antigo continente. Jornal da Chapada com informações do portal ESPN.

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