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#Chapada: Conheça a fascinante história da região chapadeira e seu patrimônio cultural

Chapada Diamantina, onde a história encontra a natureza | FOTO: FreePik |

A Chapada Diamantina, uma das mais impressionantes regiões do interior do Brasil, não é apenas um destino de ecoturismo. Ela guarda um valioso patrimônio histórico herdado da era da mineração de ouro e diamantes, que moldou a economia e cultura da região entre os séculos XVIII e XIX. O Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado em 1985 com 152 mil hectares de área, abrange 24 municípios, entre os quais Lençóis, Mucugê, Rio de Contas e a charmosa vila de Igatu, no município de Andaraí. Esses locais, tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), são testemunhas vivas de um passado de opulência e desenvolvimento econômico.

Vista panorâmica da Vila de Igatu, vendo-se em primeiro plano as famosas casas de pedra do lugar, na beira do penhasco | FOTO: Reprodução/Diamante da Chapada |

A história da mineração na Chapada começou em 1710, quando o bandeirante paulista Sebastião Pinheiro Raposo descobriu ouro nas proximidades da atual Rio de Contas. Com a fundação da Vila Nova de Nossa Senhora do Livramento e Minas do Rio de Contas em 1745, a região floresceu. Durante a segunda metade do século XVIII, a mineração de ouro proporcionou uma grande prosperidade à região, que, mesmo com o esgotamento do minério no início dos anos 1800, manteve importância como escala no Caminho Real.

Imagem do século XIX, na região do município de Lençóis | FOTO: Reprodução/Guia Chapada Diamantina |

Na segunda metade do século XIX, a descoberta de diamantes em Mucugê (1844), Igatu e Lençóis (1845) trouxe uma nova onda de riqueza à Chapada. Milhares de garimpeiros e comerciantes se estabeleceram na área, atraídos pelas promissoras lavras diamantinas. Lençóis, conhecida como a “capital das lavras”, destacou-se como a maior produtora mundial de diamantes e chegou a ser a terceira cidade mais importante da Bahia. Famílias abastadas ostentavam luxo, importando artigos da Europa e mantendo um vibrante comércio, facilitado até mesmo por um vice-consulado francês.

O declínio da mineração começou com a descoberta de diamantes na África do Sul, em 1865, e o esgotamento gradual das jazidas locais. Com o início do século XX, o esplendor das cidades da Chapada havia se desvanecido e a população local diminuído drasticamente. No entanto, o renascimento dessas cidades veio com o ecoturismo, que hoje atrai milhares de visitantes que se surpreendem tanto com as belezas naturais quanto com a rica história preservada nas ruas de paralelepípedos e casarões coloniais.

Igreja de Santana tombada pelo IPHAN, no centro de Rio de Contas | FOTO: Caiã Pires |

Cidades como Rio de Contas, Mucugê, Lençóis e Igatu, além de serem conhecidas por suas trilhas, cachoeiras e montanhas, exibem um impressionante acervo arquitetônico, com igrejas, sobrados e capelas que narram histórias de um passado glorioso. Essas localidades são um verdadeiro convite a quem deseja vivenciar a união perfeita entre natureza exuberante e um passado histórico de relevância inquestionável.

Jornal da Chapada com informações do site Ensinar História

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