A área rural de Érico Cardoso, na Chapada Diamantina, foi alvo da operação Blitz Verde, parte do programa Bahia Sem Fogo, em resposta a um incêndio florestal ocorrido na região na manhã da última quinta-feira (31). Realizada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Polícia Ambiental (Cippa/Lençóis) e Corpo de Bombeiros, a ação controlou as chamas e levou dois suspeitos à delegacia por prática ilegal de queimadas.
A sargento Ivanna Trindade, da Polícia Militar Ambiental (Cippa/Lençóis), relatou que a equipe avistou um foco de fumaça e, ao se aproximar, flagrou dois indivíduos ateando fogo em uma área de vegetação. Diante da prática ilegal, os suspeitos foram detidos e encaminhados à delegacia para responder por crime ambiental.
“Assim que chegamos, os suspeitos foram detidos e levados para a Delegacia de Polícia Civil para os procedimentos legais”, informou Trindade. Para controlar o avanço do incêndio, o Corpo de Bombeiros precisou intervir, atuando para impedir que as chamas se propagassem para áreas de mata nativa.
Conforme explicou Alexandre Ataíde, especialista do Inema, o incêndio teve início com a intenção de renovar pastagens, mas rapidamente saiu de controle, espalhando-se para áreas de mata adjacentes. “Este ano, Érico Cardoso já registrou vários incêndios graves. Em um dos casos, as chamas só foram extintas após oito dias, com ajuda das chuvas. Situações como essa reforçam a importância do Bahia Sem Fogo para proteger o meio ambiente e garantir a segurança da comunidade”, destacou Ataíde.
Incêndios florestais causam sérios danos ambientais, destruindo habitats naturais e reduzindo a biodiversidade local. A vegetação perdida deixa o solo mais exposto, aumentando o risco de erosão. Além disso, a fumaça gerada compromete a qualidade do ar, afetando a saúde tanto dos animais silvestres quanto das comunidades próximas, que ficam vulneráveis a problemas respiratórios.
“Esses riscos evidenciam a importância de evitar a propagação das chamas e proteger a integridade ambiental da região”, completou o especialista.
O tenente Rerisvan, do Corpo de Bombeiros, informou que, ao identificar a fumaça, a guarnição foi imediatamente direcionada ao local para realizar o combate direto às chamas. “A vegetação estava extremamente seca, e o calor do dia contribuiu para o avanço das chamas”, destacou o tenente. Ele também chamou a atenção para as marcas de incêndios anteriores, comuns em regiões onde as queimadas para limpeza de terrenos são feitas sem os cuidados necessários, permitindo que o fogo escape ao controle.
No combate ao incêndio, os bombeiros empregaram abafadores, sopradores costais e técnicas de corte para isolar a área queimada e conter a propagação das chamas. A equipe já havia atuado em ocorrências semelhantes em municípios como Lençóis, Palmeiras e Iraquara. Em áreas de difícil acesso, como Riacho do Mel, chegaram a contar com o suporte de aeronaves para combater o fogo com maior eficiência.
As atividades da operação “Bahia Sem Fogo” são respaldadas pela Portaria nº 31.583, divulgada em agosto pelo Inema, que suspendeu a emissão de Declarações de Queima Controlada (DQC) em 178 municípios da Bahia. Essa medida tem como objetivo restringir o uso do fogo e prevenir incêndios florestais em áreas propensas à seca, contribuindo para a redução da ocorrência de focos de calor nas regiões mais vulneráveis do estado. “Essa suspensão é fundamental para evitar novos episódios de descontrole em áreas críticas”, concluiu Ataíde.
A operação na Chapada Diamantina se estenderá até sexta-feira, incluindo uma blitz em Rio de Contas, onde serão promovidas atividades educativas. O objetivo é conscientizar a comunidade sobre práticas seguras e a relevância da preservação ambiental.
Para relatar incêndios ou queimadas ilegais, a população tem à disposição duas opções de contato. A primeira é ligar para o número 193, que é o telefone do Corpo de Bombeiros, responsável por atender situações de emergência. A segunda opção é o número 0800 071 1400, que também pode ser utilizado para denunciar crimes ambientais. Essas linhas de comunicação são essenciais para que a sociedade participe ativamente na preservação do meio ambiente e na proteção das áreas florestais, contribuindo para o combate a práticas que prejudicam a natureza. As informações são de assessoria.