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#Bahia: Operação ‘Overclean’ resulta na prisão de 13 pessoas acusadas de integrar organização criminosa responsável desvio de recursos públicos no estado

Operação conduzida pela Polícia Federal desarticula organização criminosa que atuava em cinco estados do país | FOTO: Reprodução |

A PF iniciou a Operação ‘Overclean’ na manhã da última terça-feira (10), que já resultou na prisão de 13 pessoas na Bahia, acusadas de integrar uma organização criminosa responsável pelo desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios. O grupo teria movimentado cerca de R$1,4 bilhão, sendo R$825 milhões em contratos firmados apenas em 2024. A ação ocorreu simultaneamente em cinco estados: além da Bahia, também foram feitas em Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Desvios envolvem emendas parlamentares e convênios públicos
De acordo com a Polícia Federal, o esquema desviava verbas públicas destinadas a obras e serviços, beneficiando empresas e pessoas ligadas a administrações municipais. Os recursos desviados eram oriundos principalmente de emendas parlamentares e convênios.

Prisões notáveis em Salvador

Entre os presos na capital baiana estão:
• José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, proprietário da empresa MM Limpeza Urbana
• Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS)
• Servidor da Secretaria Municipal de Educação (Smed), na casa de quem foi encontrado dinheiro em espécie, ainda em processo de contagem

Mandados cumpridos e estados alvo da operação
A operação envolveu 17 mandados de prisão preventiva, sem prazo determinado e 43 mandados de busca e apreensão, realizados em residências, empresas e órgãos públicos. As buscas foram realizadas em diversos municípios, incluindo Salvador (BA), Palmas (TO), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG).

Confira lista completa dos alvos ja identificados:
• Alex Rezende Parente: empresário
• Fábio Rezende Parente: empresário
• Flávio Henrique Pimenta: servidor público
• Clebson Cruz de Oliveira
• Fábio Netto do Espírito Santo
• Orlando Santos Ribeiro
• Francisco Manoel do Nascimento Neto: vereador de Campo Formoso
• Kaliane Lomanto Bastos
• Claudinei Aparecido Quaresemin
• Itallo Moreira de Almeida
• Evandro Baldino do Nascimento
• Geraldo Guedes de Santana Filho
• Diego Queiroz Rodrigues
• Ailton Figueiredo Souza Junior
• Iuri dos Santos Bezerra

Investigação e ligação com parlamentares
As investigações começaram em 2023 e revelaram que o esquema tinha como alvo emendas parlamentares vinculadas ao ex-deputado Cacá Leão(PP) – atual secretário de governo do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), e principal articulador para a reeleição em outubro – e ao deputado federal Sérgio Brito (PSD), que também é secretário estadual de Infraestrutura. O pessedista, inclusive, se desvinculou, na última semana, do cargo no governo Jerônimo Rodrigues (PT) para voltar à Câmara dos Deputados para indicar suas emendas parlamentares antes do recesso legislativo.

Embora os nomes de ambos tenham surgido nas investigações, nenhum deles foi alvo de medidas policiais até o momento. A PF destacou que as emendas identificadas como de autoria dos parlamentares serão objeto de aprofundamento nas próximas etapas da apuração.

Modus Operandi

Direcionamento de verbas públicas:
• Recursos eram alocados para projetos selecionados pela organização criminosa, com contratos fraudulentos firmados com órgãos públicos.

Superfaturamento e propinas:
• Empresas envolvidas superfaturavam serviços e repassavam valores a operadores do esquema, por meio de empresas de fachada e movimentações financeiras em espécie.
• Lavagem de dinheiro sofisticada:
• Recursos desviados eram ocultados em patrimônios como imóveis de luxo, veículos de alto padrão e contas ligadas a empresas fictícias.

Bens apreendidos
• Dinheiro em espécie encontrado em residências de investigados.
• Imóveis de alto padrão, como casas e apartamentos.
• Veículos de luxo, incluindo barcos e aeronaves.
• Montante de R$162 milhões em bens sequestrados.

Impactos e próximos passos
A PF ressaltou que o esquema comprometeu recursos destinados a obras públicas essenciais, ampliando as desigualdades sociais. A investigação seguirá aprofundando os vínculos do grupo criminoso com agentes públicos e parlamentares. Jornal da Chapada com informações do portal Muita Informação.

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