Quando falta uma assinatura, o cabo do monitor some, ou a impressora trava… a culpa é do estagiário. Mas quando a minuta chega antes do prazo, quando o sistema funciona sem interrupções, quando a audiência transcorre perfeitamente — adivinha? A culpa também é dele.
No Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA), o estagiário é presença constante em diferentes unidades: do Gabinete às Varas, do setor administrativo à segurança da informação, passando pela secretaria, recursos humanos, Biblioteca e tecnologia da informação. Ele aprende, organiza, apoia e, mais do que isso, transforma.
Neste 18 de agosto, Dia do Estagiário, o TRT-BA homenageia quem passou, quem ficou e quem ainda está aqui, fazendo a diferença em todos os setores da Justiça do Trabalho.
Quando o estágio vira vocação
A magistrada Juliana Gabriela Ita Neves, juíza do Trabalho substituta da 1ª vara de Alagoinhas, iniciou sua trajetória no TRT-BA como estagiária em 2007. Ela atuou no Gabinete da Desembargadora Elisa Amado — hoje aposentada.
“Essa vivência foi muito mais do que um estágio: foi um verdadeiro despertar para minha vocação”, conta. A magistrada lembra que o contato diário com magistrados e servidores dedicados mostrou a grandeza da Justiça do Trabalho e a importância de seu papel na vida das pessoas: “A seriedade, a entrega e o comprometimento daqueles com quem convivi foram fonte de inspiração constante”.
Foi nesse ambiente que ela descobriu a sua paixão pelo Direito do Trabalho e pela própria Instituição da Justiça do Trabalho. “Foi fundamental para que eu consolidasse meu propósito e, mais tarde, pudesse construir minha carreira como magistrada, que teve início em 2014 no TRT da 2ª Região e segue atualmente no TRT-BA.”
Quando o estágio vira caminho
Algumas trajetórias profissionais começam com dúvidas, planilhas em branco e aquela pergunta: “vai dar certo?”. Outras, com a firmeza de quem logo entende que ali é seu lugar. Mas, quase sempre, o início é o mesmo: o estágio.
Foi assim com Yosadhara de Araujo Costa, que em 2010 ingressou como estagiária no Gabinete da Desembargadora Luíza Lomba. “Tive a oportunidade de vivenciar a rotina da unidade e entender o caminho do processo em grau recursal — desde a admissibilidade do recurso, passando pela elaboração de minutas, até a realização das sessões de julgamento”, relembra.
Durante o estágio, ela aprendeu a examinar os autos e a analisar decisões. Mais do que o conhecimento técnico, destaca a importância do apoio que recebeu: “Tive um suporte extraordinário do meu supervisor, Rafael, da magistrada Luíza Lomba e de toda a equipe. Me ajudaram com dúvidas, curiosidades sobre a tramitação e até com fundamentos teóricos do Direito e do Processo do Trabalho.”
Com o tempo, a identificação com a área trabalhista ficou clara, e nasceu o desejo de prestar concurso público. Seis anos depois, Yosadhara tomou posse como servidora do TRT-BA, retornando à mesma unidade que marcou seu início. Passou pelas funções de assistente administrativa e assistente de gabinete e hoje exerce o cargo de assessora chefe.
“Entendo que o estágio foi decisivo para minha formação. Não apenas pelos aprendizados práticos, mas por me ajudar a entender a Justiça do Trabalho por dentro e a traçar meu caminho com convicção”, afirma. Fora do TRT, os outros dois empregos que teve — no TJBA e em um escritório de advocacia — também foram frutos de experiências anteriores de estágio. “Na minha profissão, os estágios foram determinantes.”
Aprendizado e transformação
Em outra geração, mas com percurso semelhante, José Luiz Tourinho Braga Costa iniciou sua caminhada no TRT da Bahia em 2024. Estagiou no Gabinete do Desembargador Jéferson Muricy entre fevereiro e setembro daquele ano.
Foi seu primeiro contato com o ambiente profissional, e também com a prática trabalhista. Jose Luiz tomou posse como servidor em setembro de 2025 e hoje ele atua como Corregedoria, no Gabinete da Desembargadora Ivana Magaldi.
“No estágio aprendi como são elaborados os votos dos desembargadores, compreendi a dinâmica do gabinete, das sessões de julgamento, dos dissídios coletivos e individuais”, conta. José Luiz destaca também o acolhimento da equipe e a troca com profissionais experientes, muitos dos quais hoje são seus colegas.
“Foi uma experiência transformadora. Tive uma visão clara do funcionamento da Justiça do Trabalho e aprendi muito mais do que o conteúdo técnico. O estágio me preparou para os desafios do mundo jurídico e me ajudou a entender onde eu gostaria de estar.”, finaliza.
Os que estão aqui e agora
Mayara Carvalho dos Santos é estagiária de nível médio e atua na Seção de Estágio, setor vinculado à Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoas (CDP). “A experiência com a equipe tem sido muito gratificante, pois são pessoas sempre dispostas a ensinar e contribuir para o desenvolvimento das minhas atividades administrativas. Minha atuação envolve o acompanhamento dos processos seletivos e o atendimento ao público interno e externo.” E se esses procedimentos estão funcionando direitinho, pode apostar: a culpa (no bom sentido) é dela!
Na área técnica, Arthur Gabriel Palmeira Teixeira, estudante de nível superior, reforça a equipe da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic), no Setor de Segurança Cibernética. “Aprendi muito sobre os processos internos e amadureci profissionalmente. Também melhorei bastante meu relacionamento interpessoal, trabalhando em equipe e mantendo uma boa comunicação com todo mundo.”
Esses depoimentos mostram como os estagiários do TRT-BA não só aprendem, mas também fazem a diferença no dia a dia, com muita dedicação e bom humor.
Estágios em números
O Tribunal conta hoje com 204 estagiários ativos. Desse total, 67 são estudantes de nível médio — quase um terço do grupo —, enquanto a maioria, 136, estão cursando ensino superior. Tem até um estagiário técnico completando essa turma diversa.
Quando o assunto é área de atuação, a maior parte está na área jurídica, trabalhando em varas, gabinetes e outros setores relacionados. Já 43 estagiários dão conta das tarefas administrativas, ajudando a manter tudo funcionando direitinho.
A equipe também está espalhada pelo estado: 131 estão na capital e 73 atuam no interior, garantindo que a Justiça do Trabalho chegue mais perto de todos os baianos.
Quem organiza, acompanha e apoia esse time é a Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoas (CDP), que cuida para que os jovens aprendam, cresçam e façam a diferença todos os dias.
Quer estagiar no TRT-BA? A gente te conta como!
O Programa de Estágio do TRT-BA segue a Lei 11.788/2008 e a Instrução Normativa TRT5 2/2022, oferecendo uma oportunidade para estudantes do ensino médio, técnico e superior terem uma experiência prática na Justiça do Trabalho. Além de aprender na prática, eles ajudam a fortalecer o serviço público.
Aqui são as principais condições:
Duração: até 2 anos
Jornada: 20 horas por semana (4 horas por dia)
Bolsa: R$ 1.000,00 para nível superior e R$ 619,94 para nível médio
Auxílio-transporte: para facilitar o deslocamento, com direito a duas tarifas por dia presencial
Seguro: contra acidentes pessoais, para garantir segurança
Recesso remunerado: proporcional ao tempo de estágio
Quem pode participar?
As seleções são feitas por instituições parceiras, como CIEE, IEL e Fundae, e os editais são divulgados no site do TRT-BA. Podem participar estudantes do ensino médio, técnico e superior, desde que:
– Estejam regularmente matriculados no curso correspondente
– Tenham pelo menos 16 anos
– Atendam aos critérios definidos no edital
E tem vaga para várias áreas! No nível superior, por exemplo, há oportunidades para estudantes de Direito, Administração, Arquitetura, Biblioteconomia, Ciência da Computação, Contabilidade, Engenharia Civil e Elétrica, Jornalismo, Psicologia, Publicidade, Secretariado, Serviço Social, entre outras.
Os estagiários atuam em lugares diversos, como gabinetes, Corregedoria, setores administrativos, CDP, Setic, secretarias, centros de conciliação e muito mais.
Quer saber mais? Acesse: www.trt5.jus.br/vagas-estagio . As informações são do site Tribunal Regional do Trabalho da 5 região (BA).

