Ícone do site Jornal da Chapada

#Chapada: Em meio às serras, café transforma região chapadeira em território de sabores, memórias e encontros

Produção de cafés de excelência na Cooperativa Agropecuária e de Cafés Especiais de Piatã | FOTO: Reprodução |

Viajar pela Chapada Diamantina é mais do que percorrer estradas cercadas por montanhas e vales, é vivenciar uma imersão sensorial que começa com o aroma do café e termina com o desejo de voltar. Localizada no coração da Bahia, a região combina natureza exuberante, tradição e hospitalidade em cada canto, transformando o simples ato de tomar café em uma experiência cultural.

A Chapada é acessível pela BR-242, com rotas principais partindo de Lençóis e Seabra. O caminho serpenteia por paisagens que mudam a cada quilômetro: campos de altitude, paredões de pedra e vilas cheias de histórias. Para quem vem de Salvador, são cerca de 430 quilômetros até o início do parque nacional.

Melhor época para explorar a Chapada
A melhor época para visitar a região vai de maio a setembro, quando o clima seco realça o azul do céu e deixa as trilhas mais acessíveis. É o período ideal para quem busca aventura sem se preocupar com chuvas, além de ser o momento perfeito para observar o contraste entre o verde das matas e os tons terrosos das formações rochosas. Mas, mesmo fora da alta temporada, a Chapada mantém seu encanto.

De outubro a abril, as chuvas enchem rios e cachoeiras, criando cenários ainda mais impressionantes. É quando o visitante pode conhecer o lado mais fértil e colorido da região, com flora renovada e temperaturas amenas.

Independentemente do mês, o que não muda é o acolhimento dos moradores. Cada pousada, casa de fazenda ou pequeno café oferece histórias, modos de vida e saberes passados de geração em geração.

Reconhecimento
O prestígio dos cafés produzidos na Chapada Diamantina ganhou reconhecimento nacional em 2021, quando a região conquistou a Denominação de Origem “Cafés da Chapada Diamantina”, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O selo certifica que o café é genuinamente produzido na região, respeitando tradições e práticas que garantem sua qualidade e identidade únicas.

Mais do que um título, a certificação representa o resultado de décadas de dedicação das famílias produtoras, que transformaram o cultivo em um verdadeiro patrimônio cultural e econômico. A Denominação de Origem reforça o valor do café local e abre portas para o reconhecimento internacional dos grãos cultivados nas serras baianas.

Com aromas que lembram nozes, chocolate e caramelo, e uma acidez cítrica marcante que se prolonga no paladar, os cafés da Chapada se destacam pela harmonia de sabores e pela produção cuidadosa. Cada xícara traduz a influência da altitude, do solo fértil e do clima ameno.

O clima da Chapada Diamantina é ideal para a produção de cafés de alta qualidade | FOTO: Reprodução |

O café como identidade cultural
Nas comunidades rurais, o café é mais do que bebida: é um símbolo de resistência e tradição. Pequenos produtores cultivam os grãos em altitude, colhem de forma artesanal e secam ao sol, mantendo técnicas herdadas dos antepassados. O resultado é um café encorpado e aromático, que traduz o território e carrega o sabor do trabalho coletivo.

Em cidades como Mucugê, Piatã e Ibicoara, o turismo rural ganha força ao redor das fazendas de café. Os visitantes podem acompanhar o processo de torra, degustar diferentes variedades e entender como o clima e o solo da Chapada influenciam o sabor final. O turismo do café vem se consolidando como uma das formas mais autênticas de conhecer a região.

Cada curva da estrada revela uma nova experiência, e o visitante logo entende que a Chapada Diamantina é um lugar onde o café é poesia, o sabor é memória e o aroma é convite para voltar. É um destino que não se visita apenas com os olhos, mas com todos os sentidos. Jornal da Chapada com informações do portal Agro em Campo.

Sair da versão mobile