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#Mundo: Tragédia em Hong Kong; número de mortos chega a 128 em incêndio histórico

Estruturas de bambu e redes plásticas em chamas | FOTO: Reprodução / Rede Globo |

O número de vítimas fatais do incêndio de grandes proporções que atingiu um complexo de arranha-céus em Hong Kong subiu para 128 pessoas, tornando-se a tragédia mais mortal do tipo na cidade em mais de sete décadas. O episódio ocorreu no condomínio Wang Fuk Court, localizado na região de Tai Po, onde mais de 4.600 moradores viviam distribuídos em oito prédios de 31 andares.

As operações de resgate foram encerradas, mas a angústia das famílias continua: cerca de 200 moradores ainda estão desaparecidos, e apenas 39 corpos foram identificados. Parentes têm sido submetidos à dolorosa tarefa de tentar reconhecer seus entes queridos por meio de imagens registradas pelas equipes de emergência.

Fatalidades podem aumentar

O chefe de segurança de Hong Kong, Chris Tang, declarou que o número de vítimas pode subir ainda mais:

“Nosso objetivo agora é garantir que a temperatura no prédio diminua e, assim que tudo for considerado seguro, a polícia coletará evidências e conduzirá uma investigação mais aprofundada.”

Ao menos 79 feridos foram contabilizados, entre eles 12 bombeiros que atuaram no combate às chamas. Mais de 700 profissionais — entre equipes médicas, bombeiros e policiais — foram mobilizados para conter o fogo.

Causas sob investigação — e suspeitas de negligência

A Polícia Civil apura a hipótese de que o incêndio se espalhou rapidamente devido aos ventos fortes, às cinzas dispersas e à presença de materiais inflamáveis usados em obras de manutenção.

A tragédia tomou contornos ainda mais graves após a prisão de dois diretores e um consultor da empresa Prestige Construction & Engineering, responsáveis pela reforma do complexo. Eles foram detidos por homicídio culposo, após a suspeita de que teriam deixado materiais perigosos na fachada do prédio.

Bambu e plástico: combinação mortal

Um ponto central da investigação é a estrutura dos edifícios, construída com bambu e redes plásticas de proteção — elementos comuns na arquitetura de Hong Kong, mas considerados altamente inflamáveis. A prática, agora fortemente questionada, já havia sido alvo de reclamações de moradores há mais de um ano, que alertaram para o risco de incêndio.

Mesmo assim, as autoridades afirmaram na época que o local apresentava “riscos de incêndio relativamente baixos”.

Comparação com grandes tragédias

A catástrofe foi comparada ao incêndio da Grenfell Tower, em Londres, que matou 72 pessoas em 2017. Em Hong Kong, o último incêndio tão mortal havia ocorrido em 1948, quando 176 pessoas morreram em um armazém.

A dimensão do desastre reacendeu debates sobre a segurança de construções verticais e o controle de materiais utilizados em reformas residenciais.

Reação do governo chinês

O presidente da China, Xi Jinping, expressou condolências às famílias e determinou que tudo seja feito para minimizar as perdas humanas e materiais, segundo a emissora estatal CCTV.

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