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#Mundo: Nasa descobre exoplaneta com formato de limão e atmosfera inédita

Exoplaneta tem formato incomum semelhante a um limão | FOTO: Divulgação/Nasa |

A Nasa anunciou a descoberta de um exoplaneta com características únicas que desafiam os modelos tradicionais da astronomia. Batizado de PSR J2322-2650b, o planeta chamou a atenção dos pesquisadores por apresentar um formato semelhante ao de um limão e uma atmosfera composta majoritariamente por hélio e carbono molecular, algo até então inédito entre os corpos celestes já catalogados.

A descoberta foi realizada por meio do Telescópio Espacial James Webb, em um estudo conduzido por uma equipe internacional de 20 cientistas e publicado no último dia 16 de dezembro na revista The Astrophysical Journal Letters. O exoplaneta possui massa semelhante à de Júpiter e orbita um pulsar, uma estrela de nêutrons altamente densa que gira rapidamente e emite feixes regulares de radiação.

Segundo os pesquisadores, o PSR J2322-2650b está localizado a cerca de 1,6 milhão de quilômetros de sua estrela hospedeira, uma distância extremamente curta em termos astronômicos. Essa proximidade faz com que um ano no planeta dure apenas 7,8 horas, além de provocar temperaturas extremas que variam entre 1.200 °C e 3.700 °C.

O que mais intrigou os cientistas, no entanto, foi a composição da atmosfera. Diferente da maioria dos exoplanetas já observados, que apresentam moléculas como água, metano ou dióxido de carbono, o chamado “planeta-limão” possui atmosfera dominada por carbono molecular (C2 e C3) e hélio. A presença desses elementos em tais condições sugere uma quantidade extremamente baixa de oxigênio e nitrogênio.

“Foi uma surpresa total. Quando analisamos os dados, a reação foi imediata: ‘O que é isso?’. Nunca vimos nada parecido”, afirmou o pesquisador Peter Gao, do Laboratório Carnegie de Ciências da Terra e dos Planetas. De acordo com os cientistas, entre os mais de seis mil exoplanetas catalogados, este é o único gigante gasoso conhecido que orbita um pulsar e apresenta carbono molecular detectável.

A descoberta amplia significativamente o entendimento sobre a diversidade de sistemas planetários no universo. Para os pesquisadores, o PSR J2322-2650b representa um verdadeiro enigma científico e deve continuar sendo alvo de estudos nos próximos anos.

“É empolgante não ter todas as respostas. Este planeta desafia o que pensávamos saber sobre formação e composição atmosférica”, concluiu Roger Romani, da Universidade de Stanford.

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