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#Saúde: Bronzeamento artificial provoca danos no DNA e eleva risco de câncer de pele, aponta estudo

Melanoma é o tipo mais grave de câncer de pele | FOTO: FreePik |

Um estudo liderado pela Universidade de Northwestern Medicine, nos Estados Unidos, reacendeu o alerta sobre os riscos do bronzeamento artificial ao comprovar que a prática provoca danos diretos ao DNA da pele e aumenta significativamente o risco de câncer. A pesquisa, publicada no último dia 12 na revista Science Advances, identificou mutações genéticas associadas ao melanoma — o tipo mais grave de câncer de pele — em praticamente toda a superfície cutânea de pessoas que utilizaram câmaras de bronzeamento.

As câmaras de bronzeamento artificial são proibidas no Brasil desde 2009, justamente pelos riscos à saúde. Ainda assim, o tema voltou ao debate científico após a descoberta inédita dos mecanismos moleculares que explicam o aumento do risco. Segundo o estudo, o uso desses equipamentos está associado a um aumento de quase três vezes na chance de desenvolver melanoma.

Durante décadas, a indústria do bronzeamento defendeu que os danos provocados seriam semelhantes aos da exposição prolongada ao sol. A nova pesquisa, no entanto, identificou mutações mais profundas e específicas, diretamente ligadas ao câncer de pele. “Mesmo em áreas sem pintas, encontramos alterações no DNA que são mutações precursoras ao melanoma. Isso nunca havia sido demonstrado antes”, afirmou o dermatologista Pedram Gerami, autor principal do estudo.

A pesquisa também analisou casos reais de pacientes, como o da norte-americana Heidi Tarr, de 49 anos, diagnosticada com melanoma após anos de uso frequente de camas de bronzeamento na adolescência. Desde o diagnóstico, ela passou por mais de 15 biópsias devido ao surgimento constante de novas lesões suspeitas. “A ansiedade é constante. Você sempre espera a ligação com um novo diagnóstico”, relatou.

Os cientistas analisaram dados de cerca de 3 mil mulheres que utilizaram câmaras de bronzeamento artificial e compararam com um grupo semelhante sem histórico de uso. O melanoma foi diagnosticado em 5,1% das usuárias, contra 2,1% das não usuárias. O estudo também mostrou que os tumores surgiam com maior frequência em áreas do corpo pouco expostas ao sol, como lombar e nádegas, reforçando a ligação direta com os dispositivos artificiais.

Em uma etapa avançada da pesquisa, os cientistas realizaram o sequenciamento genético de melanócitos — células produtoras de pigmento — e constataram que as células de usuárias de bronzeamento artificial apresentavam quase o dobro de mutações em comparação às do grupo controle, além de maior presença de alterações associadas ao melanoma.

Para os especialistas, os resultados reforçam a importância de campanhas de conscientização e prevenção, além da vigilância contínua sobre os riscos do bronzeamento artificial. A principal recomendação segue sendo evitar qualquer forma de exposição artificial aos raios ultravioleta e manter hábitos de proteção solar.

Jornal da Chapada

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