Diante de elogios e críticas, vaias e aplausos, um dos políticos que mais demonstrou animação e simpatia durante o Carnaval de Salvador, sem dúvida, foi o prefeito ACM Neto (DEM). Enquanto o governador Jaques Wagner (PT) dizia não saber dançar a música mais cantada da folia, o “Lepo Lepo” da banda Psirico, Neto fazia questão de demonstrar a coreografia, principalmente em frente às câmeras de tevê. Por conta desse entusiasmo, ganhou o apelido do público, na avenida, de prefeito do “Lepo Lepo”. Com a popularidade em alta, o cacique do DEM, muito assediado pela imprensa, hesitava quando os questionamentos eram relacionados à campanha eleitoral e à escolha daquele que encabeçará a chapa de oposição a Rui Costa (PT).
“Eu já disse a vocês [imprensa] que está proibido falar de eleição durante o Carnaval, agora é folia (risos). Tenham calma, no momento certo vamos anunciar, pois seguimos rigorosamente o nosso cronograma. A decisão será tomada em conjunto, pois somos uma unidade. A partir do dia 10 e até o final de março já teremos esse nome definido e anunciado. O meu desejo é ter Paulo Souto e Geddel na chapa, mas não posso obrigar ou impor nada a ninguém e, claro, um dos dois será o candidato ao governo e o outro terá a faculdade pra ser o candidato ao Senado. Reitero que, independente do resultado, marcharemos unidos, o DEM e o PMDB”, relembrou.
Assim como o governador foi vaiado no circuito da Barra, o prefeito passou pelo mesmo mal bocado. No sábado, no Curuzu, durante a saída do Ilê Aiyê, Neto foi vaiado e aplaudido pelo público, mas minimizou quando foi questionado sobre o assunto. “Em absoluto, não concordo com a leitura que foi dada de que eu fui vaiado, como noticiado. Fica a critério de cada jornalista fazer a leitura que quiser”, justificou.
Na maior parte do tempo, durante as entrevistas nos seis dias de festa, o demista desconversava sobre política. À equipe da Tribuna da Bahia, por exemplo, Neto foi perguntado quem poderia assumir as vagas de secretarias em que os atuais titulares das pastas sairão como candidatos, o prefeito disse que não sabe. “É tempo de Carnaval, vamos falar disso no momento certo, lá na frente”, respondeu.
O prefeito fazia questão de declarar e enaltecer o “sucesso” do Carnaval. Ele classificou a folia deste ano como econômica, comparada aos dados do ano passado, mais organizada e elogiou o trabalho da sua equipe. O demista termina o período de festa com popularidade em alta e tido como um dos principais articuladores e peça fundamental do desenrolar da campanha eleitoral deste ano. Extraído da Tribuna da Bahia.