Foi identificado o corpo do homem que foi velado pela família errada e confundido com um idoso que estava vivo no município de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. De acordo com o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Salvador, parentes reconheceram o corpo de Antônio Alves Pereira na segunda-feira (10). O DPT informou ao site G1 que a “confusão” ocorreu porque a família do idoso chegou a reconhecer o corpo como se fosse dele.
No sábado (8), João Marcos Ribeiro, de 60 anos, se surpreendeu ao chegar em casa e se deparar com “o seu próprio velório”. Após resolvido o mal-entendido, o corpo de Antônio Alves Pereira foi devolvido ao IML. Segundo o Departamento de Polícia Técnica, o homem morreu em decorrência de um traumanisto crânio-encefálico. A previsão é de que o corpo seja retirado ainda nesta terça-feira (11), assim que os documentos para a liberação sejam entregues pelos familiares, informou o DPT.
Flores e luto
Um dos filhos do idoso confudido com o homem morto contou na segunda-feira (10) ao G1 que chegou a adquirir em uma funerária um caixão no valor de R$ 1,4 mil e que reservou junto à prefeitura uma cova no cemitério da cidade. “A seguradora pagou o caixão. Só gastamos mesmo com as coisas de casa: comida, flores. Eu já tinha reservado a cova para o domingo [9], mas não cheguei a pagar o coveiro porque ele [João Marcos] apareceu antes de abrirem o buraco”, relatou Fernando. O idoso, dado como vítima de um acidente de trânsito na sexta-feira (7), chegou em casa no sábado (8) e se deparou com parentes e vizinhos em “luto pela sua morte”.
Na sexta-feira, Fernando foi até o Instituto Médico Legal reconhecer o corpo do homem. Ele conta que não conseguiu ver o pai, mas que assinou os documentos atestando a morte do idoso. “Na sexta, nós ficamos em casa tristes, fizemos fogueira. Quando foi no sábado, o corpo chegou. Aí todo mundo se assustou porque não era meu pai”, diz. Segundo Fernando, algumas pessoas chegaram a passar mal. “Todo mundo ficou doido. Meu tio passou mal. Quando viu o corpo ele disse: “Não é meu irmão não”. Aí eu fui com minha mulher e meu cunhado procurar por ele. Quando cheguei no sítio, ele foi a primeira pessoa que eu vi”, diz.
Após saber do filho da suposta morte, João Marcos se assustou e foi levado para casa. Ao chegar, fez sucesso no bairro. “Ele ficou perdido, sem saber o que fazer. Eu botei ele no carro e fui para casa. Quando cheguei foi uma festa danada. Tinha umas 200 pessoas aqui. Todo mundo começou a brincar, jogaram ele pra cima”, comemora. Extraído do G1.