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Entrevista: Pré-candidata ao Senado pelo PSB, Eliana Calmon critica a oposição baiana

eliana calmon
A ex-ministra Eliana Calmon | FOTO: Elza Fiuza/ABr

Depois de deixar o Judiciário para enfrentar o desafio da seara política, a ex-ministra Eliana Calmon (PSB) mostra que já está em sintonia com a pré-campanha ao Senado, na corrida para as eleições de outubro. O seu estilo direto é evidenciado nesta entrevista, onde a senadora destaca não apenas crítica à indefinição da oposição como as “hipocrisias” da legislação eleitoral.

Sobre sua campanha, Calmon promete não atacar os adversários, mas, as “políticas equivocadas”. Além de fazer análises sobre o atual cenário, a ministra também apresenta seu posicionamento em relação à nova gestão do Tribunal de Justiça da Bahia, que, para ela, veio para mudar a cara da tão criticada Justiça baiana.

Tribuna da Bahia – Como está essa fase de pré-campanha da senhora? Ainda tímida ou já está em campo, tentando conversar com o eleitorado baiano?
Eliana Calmon – Está bastante tímida por causa da própria legislação eleitoral, que é extremamente hipócrita. Nós precisávamos fazer uma reforma inteira da legislação eleitoral a partir, exatamente, da pré-campanha porque a pré-campanha é uma vergonha. Aqueles órgãos, aquelas pessoas que já estão no poder usam toda a máquina, toda a estrutura do Estado para investir em campanha. E quem não está, fica, absolutamente, desguarnecido, sem captação de recursos. Não existe, ainda, o auxílio do partido e por isso as pessoas não podem fazer campanha. Não podem porque não têm recursos e porque a legislação exige, sequer, que o cargo almejado seja dito.

Não se pode dizer nada. Nesta fase de pré-campanha, eu estou visitando as cidades do interior e também muitas universidades estão abrindo as portas através dos diretórios, diretorias de escolas, ONGs, como Rotary, Lions, Ordem dos Advogados. Todos eles têm aberto as portas para que eu tenha atividade acadêmica, de forma que eu dê palestras dizendo o que penso sobre ética, gestão, corrupção e as reformas do Poder Judiciário, por exemplo.

Tribuna – A senhora pretende levar o discurso contra os adversários na campanha?
Eliana – Não contra os adversários. É uma técnica que nós do PSB e também de Marina. Não queremos atacar ninguém, nós queremos atacar as políticas equivocadas, no nosso entendimento. Nós vamos mostrar ao povo aquilo que não deve ser. Uma campanha de ataque direto ao adversário não vamos fazer.

Tribuna – Teme disputar o Senado com nomes experientes da política, como Otto Alencar e um possível nome do DEM ou do PMDB?
Eliana – Não, porque a minha candidatura e a minha política são diferentes. Eu estou entrando agora para um desafio e para quebrar um paradigma. Tudo isso eu obtenho. Qualquer que seja o resultado eleitoral, eu estou muito satisfeita até aqui com o que eu já vi da Bahia, com o que eu já aprendi com o povo e visitando este grande interior. Estou admirada com tantas riquezas que temos e estarrecida com as deficiências das políticas públicas em nosso Estado.

Tribuna – Como a senhora avalia o governo Wagner? O que considera como erro e acerto ao longo desses sete anos, pelo que já viu até agora?
Eliana – Eu acho que a Bahia está muito desprezada. Muito pouca coisa foi feita. O primeiro ano de governo foi razoável, muitas estradas foram construídas, mas o último ano foi única e exclusivamente de politicagem. Deixou a desejar, nós, baianos, estamos com a autoestima muito baixa. Nós, que tínhamos tanta ideia da grandiosidade da Bahia, hoje, estamos sem querer dizer que somos baianos. Eu, que sempre vi a Bahia de longe porque morava em Brasília, sabia exatamente o que o povo falava da Bahia. Nós dizíamos o seguinte: “eu não quero me gabar, mas eu sou baiano” ou “desculpe, modéstia a parte, eu sou baiano”.

E as pessoas riam porque todo mundo queria vir para a Bahia. Agora, as pessoas não querem mais vir para a Bahia, não querem mais vir para Salvador, nem no Carnaval. Eles dizem que a Bahia é insegura, a segurança pública é pífia, péssima. A cidade estava muito suja, muito abandonada e eles ficavam até admirados de ver a cidade maltratada, muito cara, com uma exploração imensa do turismo. Todos esses elementos juntos fizeram a Bahia perder turismo, fizeram a imagem da Bahia muito ruim para quem está de fora. Nós estamos perdendo turistas para Aracaju, que é uma cidade pequena, mas é arrumada, em paz e um lugar onde não há tanta exploração. Eu pergunto: o que aconteceu com a nossa Bahia, gente? Alguma coisa aconteceu, não cuidaram dela.

Confira entrevista completa no jornal Tribuna da Bahia

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