Durante visita à capital baiana, o membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, reforçou o apoio à manutenção de mandatos na Câmara Federal que defendem a reforma agrária e políticas públicas para a organização e estruturação de assentamentos no país. Sobre a conjuntura política, o líder do MST falou que no país há dois projetos em disputa. O primeiro projeto é do neoliberalismo, com apoio do capital financeiro internacional, que tem candidaturas em todos os estados. O segundo é ligado às candidaturas do campo democrático popular, em especial representada pelo governo Dilma e nos estados representadas pelo governo do PT e da base aliada. Ao citar a Bahia, Rodrigues lembrou que o mandato do parlamentar Valmir Assunção (PT-BA) se encaixa nesse segundo contexto, e reforçou o apoio do MST com o petista.
Em vídeo gravado esta semana em Salvador, no gabinete do deputado, João Paulo destaca motivos que faz com que todas as organizações de esquerda e movimentos sociais reelejam mandatos com o mesmo perfil de Valmir. “Ele tem história de luta pela Reforma Agrária. Vivemos num período difícil, onde há a hegemonia do agronegócio, por isso, precisamos ter uma bancada de deputados federais comprometida com essas bandeiras. O agronegócio tem 176 deputados eleitos, nós dos movimentos sociais que lutamos pela reforma temos somente oito deputados eleitos. Portanto, nós precisamos manter um coletivo”, aponta João Paulo. “Nossa preocupação é ganhar espaço na juventude. Pelo menos 20 milhões de jovens vão participar de um processo político eleitoral pela primeira vez, depois de um processo de lutas que aconteceram no ano passado, depois de uma Copa e depois de uma grande ofensiva dos meios de comunicação contra os governos de esquerda”.
Para o líder do MST manter um mandato como o de Valmir é importante, já que a Bahia tem a maior quantidade de famílias acampadas no país, e uma imensa quantidade de latifúndios improdutivos. “É onde travamos uma luta histórica tanto com as empresas que atua na área papeleira, do eucalipto, que disputa as terras com os indígenas e quilombolas. Agora a Bahia virou centro também do agronegócio, em especial na região oeste, aonde vem tomando terras importantes de comunidades da agricultura familiar. Portanto, é importante nós termos um campo político, uma representação política para fazer a disputa nesse espaço da luta pela terra”.