Pelo menos quatro festivais de música já acontecem a mais de três anos na Chapada Diamantina (dois em Mucugê, um em Lençóis, um em Igatu/Andaraí, o que os leva a compor uma lista das iniciativas já consolidadas no calendário anual de eventos culturais da Bahia. Um deles, o Festival de Corais Vozes na Chapada, já no sexto ano de “estrada”, começou na noite da quinta-feira (31) e será realizado até o sábado (2), com apresentações sem cobrança de ingresso e em espaços públicos, na histórica Mucugê, no sul da Chapada Diamantina.
O VI Festival de Corais Vozes na Chapada reunirá 13 grupos renomados de Canto Coral em apresentações de clássicos eruditos, em uma programação que reúne Ecologia, Música e outras atividades educativas. Como acontece no Festival de Chorinho, que já vai para sua 5ª edição (também em Mucugê e sempre na Semana Santa), o Vozes na Chapada é itinerante na cidade: a abertura é na Câmara Municipal de Vereadores, o segundo dia acontece no Projeto Sempre Viva (Concerto Campal) e na Igreja Matriz de Santa Izabel (após uma celebração religiosa acompanhada por um coro renomado), e seu encerramento acontece na Praça dos Garimpeiros, após um cortejo de artistas e população (musicado pela centenária e local Filarmônica 23 de Dezembro).
Com patrocínio da Prefeitura Municipal de Mucugê, Petrobras, Fundo de Cultura do Estado da Bahia e Sebrae (além de outros apoiadores), o VI Vozes na Chapada contará com apresentações paralelas em meio ao Parque Nacional da Chapada Diamantina, bem próximo aos rios e cachoeiras do Parque Municipal Sempre Viva), conferência e oficinas dirigidas pelo prestigiado maestro Eduardo Morelenbaum, concerto didático em benefício dos alunos das escolas locais, cortejo pelo Centro Histórico, além de atividades ecológicas em roteiro turístico-cultural. Este ano participam 345 cantores.
Programação tem atividades diurnas e noturnas
A abertura aconteceu na quinta-feira (31), às 20 horas, na Câmara de Vereadores, seguida do primeiro concerto solene, às 20h30. Como nas edições anteriores, a partir das 22 horas a primeira grande confraternização entre moradores, turistas e músicos visitantes, na Praça dos Garimpeiros. Na sexta (1), o público acompanha os grupos de canto pelo sítio ecológico do Projeto Sempre Viva (a cerca de cinco quilômetros do centro da cidade), onde acontecem atividades ecológicas, banho de cachoeira e apresentações de cantos, no Concerto Campal. “Um momento muito especial, que possibilita ao público apreciar um dos mais belos espetáculos do festival, com a mistura das cores dos corais com a bela paisagem formada pela mata e pelas serras e rios do Parque Municipal Sempre Viva”, comentou a prefeita municipal Ana Medrado.
À tarde, a partir das 15h, enquanto o mestre em música e maestro Eduardo Morelenbaum ministra a conferência sobre o tema ‘Coral de empresa, um valioso componente para o projeto de qualidade total’, oficina voltada para gestores, maestros e ativistas do Canto Coral (aberta ao público), na Câmara de Vereadores, o maestro Márcio Medeiros visita o Colégio Estadual Horácio de Matos, a partir das 15h50, onde rege concerto didático para os estudantes no projeto Coral na Escola.
A partir das 19 horas, na Igreja Matriz de Santa Izabel, o coro regido pelo maestro Carlos Veiga acompanha a Missa Solene rezada pelo pároco local, padre Rinaldo Pereira. E ao fim da missa a igreja vira palco de mais um concerto, promovendo mais uma bela amostra da histórica mistura da música clássica com as celebrações e os templos religiosos.
Parte do sábado livre para visitar pontos turísticos: Cemitério Bizantino, cachoeiras e rios
No sábado (2), até o meio da tarde, cantores, turistas e moradores se cruzam pelos pontos turísticos, como o Cemitério Santa Izabel (também conhecido como Bizantino), trilhas, cachoeiras e rios. Já às 15h, o maestro Morelenbaum comanda oficina dirigida aos coros amadores (também na Câmara e aberta ao público).
Às 17 horas chega a vez do tradicional Cortejo dos Cantores, acompanhado pela Filarmônica 23 de Dezembro, saindo da frente do prédio das Escolas Reunidas Dr. Rodrigues Lima e percurso até a Praça dos Garimpeiros, palco para a programação da última noite do festival, a partir das 18 horas.
Momento considerado o mais concorrido do festival (foi assim nos anos anteriores), a noite de sábado brinda o público com repertórios de livre escolha dos coros, em seguida o Grande Concerto de Encerramento, no qual é apresentada a obra de congraçamento; este ano, a obra Amavolovolo – Drakensberg Boys’ Choir, disponibilizada antecipadamente, a todos os coros, pelo diretor artístico do festival, maestro Alcides Lisboa.
Findadas as apresentações do Vozes na Chapada, a ‘noite de Mucugê’ continua com a confraternização de um público com características bem musicais, aproveitando um momento em que a bela cidade histórica fica repleta de turistas e moradores locais, confraternizando-se no belo cenário das praças e ruas ou em bares e festas privadas.