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História mostra que é preciso desconfiar das primeiras pesquisas para eleições

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| FOTO: Reprodução/Arquivo |

Os dados das pesquisas Ibope de intenções de votos das duas últimas campanhas para governador e senador do estado não condizem com a realidade das urnas. A atitude contraria políticos que gostam de anunciar os primeiros números como parâmetro de campanha. Os levantamentos realizados em agosto de 2006 e 2010 e comparados com os resultados dos respectivos pleitos comprovam a disparidade, principalmente, na concorrência pelo Senado. Em agosto de 2006, o Ibope divulgou pesquisa para o governo com Paulo Souto (DEM) líder, vencedor em primeiro turno, com 52% contra os meros 16% do então oposicionista Jaques Wagner (PT). A reviravolta acontecida em outubro daquele ano foi destaque nacional. Contrariando todos os levantamentos, o petista foi eleito com 53%, índice maior do que o do democrata nas primeiras sondagens. Souto perdeu com 43% dos votos válidos.

Na disputa pelo Senado, João Durval (PDT), no mesmo período, aparecia com 27%; Antônio Imbassahy (PSDB) com 24% e Rodolpho Tourinho (DEM) com 4%. O resultado deu a eleição ao pedetista com 46%; Tourinho passou Imbassahy e terminou como segundo colocado com 34% e o tucano ficou com 17%. A mudança repentina, em 2010, conforme foi lembrado pelo senador Walter Pinheiro (PT) durante entrevista à Tribuna, foi na corrida pelas duas cadeiras ao Congresso. Na disputa, há quatro anos, César Borges (PR) liderava com 38%; Lídice da Mata (PSB) conquistava 25% dos eleitores e Pinheiro (PT) amargava a terceira colocação com 23%.

Com o fim do pleito, em outubro, ocorreu o inverso. O petista assumiu a liderança com 31%; a socialista ficou com 29% e Borges, que liderava todos os levantamentos, ficou com 13%. Para governador, Jaques Wagner (PT), concorrente para reeleição, nas primeiras pesquisas Ibope aparecia com 46%; Paulo Souto (DEM) com 19% e Geddel (PMDB) com 11%. O resultado das urnas deu ao petista 63% dos votos válidos; o democrata com 16% e o peemedebista com 15%. Neste ano, no último quadro apresentado, na disputa pelo governo do Estado, Paulo Souto (DEM) seria eleito com 42%; Lídice da Mata (PSB) ficaria com 11% e Rui Costa (PT), 8%.

Os três mais bem posicionados. Já na disputa pela cadeira de João Durval (PDT), Geddel surge com 34%, Otto aparece, em seguida, com 17% e Eliana Calmon (PSB), com 5%. Para o professor de História da Ufba e analista político, Carlos Zacarias, os fatos mostram que a pesquisa, no atual momento, ainda não garante dimensão sedimentada do resultado final. Para ele, a campanha só começa a ganhar destaque a partir do horário eleitoral.
“Só após os espaços no rádio e na TV a dimensão começa a ser tomada. Agora que começa esquentar. Eleição só se decide nos últimos 20 dias de campanha. Aqueles candidatos que pegam essas pesquisas agora e divulgam com animação estão puxando sardinha para brasa. Eles sabem que o demonstrado é uma vantagem artificial, mas são ações típicas de campanha política”, analisou.

“Com os resultados que temos hoje e pelo histórico, o crescimento de Rui Costa (PT) é perceptível, principalmente pela utilização da máquina e a articulação do partido, principalmente no interior. O carlismo não pode se queixar disso, pois utilizaram das mesmas estratégias quando estavam no poder. As candidaturas menores também poderão se evidenciar, principalmente pelo uso das redes sociais”, completou. Extraído da Tribuna Bahia.

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