Mais da metade do público eleitor baiano escolheu Otto Alencar (PSD) como o representante que substituirá João Durval (PDT) no Congresso Nacional. Em pronunciamento na residência oficial do governo, o Palácio de Ondina, na noite de ontem, o atual vice-governador ressaltou que o momento mais perigoso da vida de um político é a vitória perante as urnas, discurso também adotado pelo governador Jaques Wagner (PT). “Porque, às vezes, perde a humildade e começa a ter vaidade, orgulho e isso sempre é véspera do fracasso”, avaliou.
Dentro dos agradecimentos, lembrou do ex-presidente Lula “que deu uma força muito grande”, da presidente Dilma e destacou o desempenho político do governador Jaques Wagner nas urnas. “Quero agradecer ao governador. Eu acredito que ele praticamente, na Bahia, conseguiu três eleições em primeiro turno, e isso é um marco, pois foi eleito em 2006, reeleito em 2010 e emplacou o Rui para o seu lugar”, disse. Sobre o momento da vitória, o mandatário do PSD no estado afirmou nunca ter dúvidas de que venceria o pleito. “Nós nunca tivemos dúvidas que estávamos em posição de vencer as eleições. Leão dizia que poderia ser no primeiro turno e nós conseguimos no primeiro turno. Eu quero dizer ao povo baiano que vou trabalhar com muita força, muita intensidade, pra corresponder à expectativa de toda Bahia no Senado”, prometeu.
Sério, não deixou recado a Geddel Vieira Lima (PMDB), principal adversário. Informou que tratará a todos com respeito da mesma forma que fez em sua campanha e em seu horário eleitoral. Natural da cidade de Ruy Barbosa, Otto é médico formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi professor universitário pela UFBA e chegou a concorrer à prefeitura de Salvador, como vice de Edvaldo Brito, em 1985. Ainda no PTB, foi eleito três vezes como deputado estadual, chegou a chefiar a secretaria da Saúde de 1990 e 1994, no governo de Antonio Carlos Magalhães. O político chegou a ser governador do estado em 2002, quando César Borges renunciou à função para se candidatar ao Senado. Com a ascensão de Wagner ao poder, saiu do carlismo e, além de vice-governador eleito em 2010, chegou a conduzir a Secretaria de Infraestrutura.
OPOSIÇÃO
No reconhecimento da derrota nas urnas, o principal concorrente de Otto, Geddel Vieira Lima, afirmou “respeitar a vontade soberana do povo”. Ele ficou com 34,5% dos votos. “Não será desta vez que poderei servir à Bahia como sua voz no Senado da República. Apresento minhas congratulações ao Dr. Otto Alencar, vencedor da disputa ao Senado, formulando votos de que possa, no Senado da República, ajudar a Bahia no enfrentamento dos seus imensos desafios”, escreveu em nota enviada à imprensa.
O peemedebista, antes um tanto afastado da imagem do presidenciável Aécio Neves (PSDB), agora reafirmou o compromisso de desenvolver a campanha do tucano no segundo turno. “Unidos, marchemos para eleger Aécio Neves presidente do Brasil, construindo um governo decente e competente. Entrarei nessa luta com todo vigor de quem acredita que o Brasil precisa mudar”, confirmou.
A candidata Eliana Calmon (PSB) foi a terceira colocada com 8,4%, inclusive obteve maior votação do que a candidata a governadora Lídice da Mata (PSB). Hamilton Assis (PSOL) e Marcelo Evangelista (PEN) não chegaram a 1% da preferência do público e cravaram 0,91% e 0,26%, respectivamente. Extraído da Tribuna da Bahia.