Todas as expectativas hoje se voltam para a apresentação da proposta da reforma administrativa do Estado por parte do governador eleito Rui Costa (PT), marcada para as 14h30, no Salão de Atos da Governadoria. Rui mantém a postura de cautela e nada adianta sobre o assunto, porém, segundo informações chegadas à Tribuna, haverá, conforme prometido, uma redução de secretarias, que passariam de 27 para 24. A ideia de Rui é suprimir algumas pastas onde considera que há superposição de funções ou atribuições e criar outras. Um dos principais objetivos do novo gestor, por exemplo, seria fortalecer a estrutura do seu governo no interior do estado e para isso é certo que existirão duas secretarias com foco na agricultura: a atual pasta de Agricultura e mais a Secretaria de Desenvolvimento Agrário.
As chamadas atividades finalísticas, que envolve saúde, educação e segurança pública, devem ter estruturas específicas. Ou seja, fazer com que haja uma política focada na maior integração entre as áreas de segurança, lazer, esporte e cultura. Ainda, algumas empresas públicas devem virar órgão de regime especial, a exemplo da Bahiatursa. “A reforma visa modernização, visa uma máquina mais dinâmica, focando em atender mesmo as demandas sociais, que estejam relacionadas a melhorias no serviço público”, revelou uma fonte à reportagem. Além disso, uma nova concepção deve delinear a Secretaria de Indústria e Comércio, com ênfase no desenvolvimento econômico.
No rol das mudanças, conforme divulgado pelo site Política Livre, estaria confirmada uma fusão da secretaria de Administração com a de Planejamento, extinção da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola) e transformação da pasta de Desenvolvimento Urbano em Recursos Hídricos, à qual ficariam subordinadas a Embasa e a Cerb. Também, a proposta de reforma administrativa, que deve ser encaminhada a pedido de Rui pelo governador Jaques Wagner para votação na Assembleia Legislativa ainda este ano, acabaria com as pastas da Integração Regional, da Copa (Secopa) e de Desenvolvimento Econômico e Social, criando a secretaria específica para a Agricultura Familiar, em articulação com a CAR.
Capitaneada pelo atual secretário da Fazenda, Manoel Vitório, a equipe de transição contou com a participação do secretário da Casa Civil, Carlos de Mello, da procuradora do Estado, Cláudia Moura, do chefe de gabinete da Casa Civil, Adriano Chagas, do chefe de gabinete da Secretaria de Administração, Rodrigo Pimentel, do superintendente de Orçamento Público da Secretaria do Planejamento, Cláudio Peixoto, bem como do coordenador executivo da Casa Civil, Luiz D’utra, e da superintendente de Atendimento ao Cidadão da Secretaria da Administração, Nelma Araújo.
Montagem do secretariado
Quanto ao quesito secretariado, Rui Costa é ainda mais cauteloso e não dá nenhuma pista de quais nomes vão integrar o seu governo. Diz apenas que pretende aliar duas características que os gestores costumam acompanhar. “O perfil será um misto de técnica e política. Nem um apenas, nem outro”. Porém, esse anúncio não deverá ser feito hoje, porém, mas sim nos próximos dias. No entanto, rumores já dão conta que o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, que esteve à frente da sua equipe de transição, permanecerá no posto. Coordenador do programa de governo de Rui Costa, Jerônimo Rodrigues está cotado para assumir uma das secretarias no novo governo petista.
Jerônimo é irmão da ex-vereadora Marta Rodrigues e seria da cota da DS, tendência do deputado federal Afonso Florence. Ele seria bem visto por setores ligados à agricultura e estaria apto a assumir a pasta de Desenvolvimento Agrário, a ser criada por Rui. Dentre os citados estaria ainda o deputado estadual Alan Sanches, na cota do PSD, partido comandado pelo senador eleito Otto Alencar, tido como aliado de primeira hora. Entre as apostas estaria ainda o deputado petista Nelson Pellegrino, que teria chances altas de comandar mais uma vez a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos.
O novo governador deve abrir espaços ainda para os companheiros que não obtiveram sucesso nas urnas. Nomes como o de Luiz Alberto (PT), que não conseguiu emplacar a sua reeleição, estariam no crivo daqueles que podem chefiar a pasta da Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), administrada, hoje, por Raimundo Nascimento. Outros correligionários que surfam nas especulações são Geraldo Simões (PT), Amauri Teixeira (PT), Emiliano José (PT) e Bira Coroa (PT). Dos comunistas, outro que tem chances de voltar ao posto que foi deixado para disputar, sem sucesso, a Câmara Federal é Deivison Magalhães, ex-presidente da Bahiagás.
A empresa, hoje, está sob a tutela de Luiz Gavazza, membro da empresa há quatro anos e ligado ao PCdoB. A atitude poderia acalmar os ânimos dos comunistas que também contam com Álvaro Gomes (PCdoB) e Kelly Magalhães (PCdoB). Ambos não conseguiram emplacar reeleições para a Assembleia Legislativa. Das duas uma: ou Magalhães retorna para chefia no governo ou fica na expectativa da organização do time e das trocas das cadeiras na Câmara Federal. Ele é o segundo suplente da coligação. Extraído da Tribuna da Bahia.