Após a apresentação da reforma administrativa feita pelo governador eleito Rui Costa (PT), a grande expectativa gira em torno dos nomes que irão compor o seu secretariado. Como o próprio petista informou, a equipe será anunciada na próxima quarta-feira, dia 10. “Eu tenho alguns nomes já definidos em minha cabeça, mas ainda estou conversando com os partidos e avisando que a escolha vai ser de acordo com o currículo e a capacidade técnica de cada um”, disse. Os nomes dos possíveis titulares estão trancados a sete chaves, uma exigência do gestor, que não quer saber de antecipação. Contudo, nos bastidores políticos já intensificam as especulações sobre quem fica do grupo atual e quem entra no próximo escalão.
São 24 pastas para absolver as indicações dos aliados políticos. A grande curiosidade recai sobre áreas de peso como Fazenda, Educação, Saúde, Segurança Pública, Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico, Comunicação e Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento. Constam como nomes fortes para administração de Rui, o vice-governador eleito João Leão (PP), seguindo a movimentação do ocupante do Poder comandar alguma secretaria com amplo poder de atuação.
Cogitava-se Leão na Infraestrutura (Seinfra), porém, conversas de bastidores mostrariam que o vice-governador e senador eleito na chapa de Rui, Otto Alencar (PSD), já teria garantido a indicação do PSD, mantendo o domínio sobre a pasta com o atual titular Marcus Cavalcanti. Em poder do novo vice-governador deve cair também alguma área de grande influência junto à população. Um nome que sai forte do atual governo Jaques Wagner (PT) e que liderou a equipe de transição de Rui é o secretário da Fazenda, que também já foi da Secretaria de Administração (Saeb), Manoel Vitório.
O seu perfil técnico agradaria a Rui, que já o conhece de perto e teria demonstrado confiança em sua forma de trabalhar. Um dos secretários que também deve permanecer na estrutura é Cícero Monteiro. Há informações de que ele se manteve leal, nos momentos mais difíceis da gestão, e fortaleceu as relações no período eleitoral. Ele já foi secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e atualmente dirige a Secretaria de Relações Institucionais (Serin). Não há informação se ele fica no mesmo espaço.
Outro nome comentado é o do deputado estadual Alan Sanches, que entraria na cota do PSD, sobretudo, pela forte ligação que mantém com o senador eleito Otto Alencar. O lugar mais cotado para ele, que tem formação médica, seria a pasta da Saúde. Outra novidade especulada também é a nomeação do deputado estadual Yulo Oiticica (PT), que não conseguiu renovar o mandato. A pasta cotada é a de Ciência e Tecnologia, atualmente ocupada por Andrea Mendonça, do PDT.
A esposa de Yulo, Ariselma Pereira, é atualmente a secretária da pasta de Justiça e Direitos Humanos, que no novo governo passará por uma fusão com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, transformando-se em Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social. Nos corredores fala-se da permanência de Maurício Barbosa na Segurança Pública. Com trabalho centrado nas investigações, Barbosa teria créditos com Wagner e com o próprio Rui.
Na Comunicação, a aposta é o jornalista André Curvello, que coordenou, com êxitos, a equipe de comunicação da campanha petista. Os potenciais candidatos desconversam quando questionados. Vitório restringiu-se a um curto sorriso, seguindo da curta resposta: “Vamos ver”. Curvello também não comenta o assunto. Fala-se também no nome de Carlos Martins, ex-secretário da Fazenda. Não se sabe exatamente qual pasta ele poderia assumir. Rumores apontam que teria sido convidado para comandar o Sebrae e teria rejeitado.
Partidos aguardam
Dirigentes partidários que compõem a base estadual ainda aguardam ser chamados oficialmente pelo governador eleito Rui Costa (PT), com o intuito de afunilar as definições dos espaços para cada um na gestão. Petistas vão se reunir nesta quinta-feira para definir a perspectiva de nomes a serem indicados para a equipe de titulares do governo. “Vamos ver os perfis e disponibilizá-los para o governador”, disse o presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação.
O dirigente citou as potenciais áreas em que o partido está preparado para fazer possíveis indicações. “Nós temos acúmulo na área política, na área social com os tradicionais movimentos por terra, dos negros e das mulheres. Também temos provocação na área de Infraestrutura”, afirmou, mencionando uma pasta em que deve esquentar a briga pelo comando. Ele ainda citou que o PT tem quadros técnicos para a Secretaria de Infraestrutura Hídrica. “Mas não vamos impor nada. Será uma coisa pactuada com o governador Rui”, disse.
O vice-governador Otto Alencar (PSD) disse que o assunto ainda não foi tratado com Rui. “Até tenho vontade, mas a situação no momento está centrada na reforma administrativa”, afirmou. Otto negou também que tenha definido interesses, como o comando da Seinfra, deixando o nome de Marcus Cavalcanti. “Nunca tratamos sobre isso. Está tudo parado”, frisou. O deputado federal Félix Mendonça, líder do PDT em âmbito estadual, também negou que já tenha dialogado sobre nomes com o futuro chefe do Executivo baiano. Extraído da Tribuna da Bahia.