Um procedimento aberto pelo Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT) começa a apurar o recrutamento feito por uma agência de modelos que pedia fotos nuas e íntimas de garotas para atuação em um camarote no carnaval de Salvador. De acordo com a Procuradoria, a agência Mega Polo Models retirou o anúncio de sua página no Facebook após a repercussão em sites de notícias. Até a manhã desta segunda-feira (12), o MPT não havia decidido sobre a abertura de inquérito do caso. O anúncio da vaga pedia no mínimo 15 fotos das candidatas, algumas nuas e de lingerie, e enfatizava que “beleza é fundamental”.
Ficha rosa
O comunicado explicava que a empresa buscava garotas em duas categorias: ficha branca e ficha rosa. Para as candidatas ficha branca, o cachê diário é de R$ 1 mil, além de ajuda de custo. Já para as ficha rosa, o valor sobe para R$ 8 mil por dia, com ajuda de custo, além de acesso à área vip, shows e festas privadas. Para participar da seleção, o anúncio exige fotos com traje de legs, short com top, macacão, biquíni ou lingerie” – e destaca que as meninas ficha rosa devem enviar fotos nuas.
O MPT-BA adiantou que o fato precisa ser investigado. “A primeira análise nos remete a indício de pelo menos duas questões extremamente delicadas: a prática de crime de facilitação de prostituição e a discriminação contra a mulher, já que o anúncio faz exigências completamente descabidas para um eventual contrato de trabalho, como beleza e apresentação de fotos das candidatas nuas”, disse o coordenador do primeiro grau do MPT na Bahia, o procurador Bernardo Guimarães.
O caso chegou ainda ao conhecimento do Grupo de Defesa da Mulher, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio da Superintendência Especial de Políticas para as Mulheres, da Prefeitura de Salvador, informa o MPT. Na sexta-feira (9), tanto a Ambev quanto a 2GB Entretenimento, produtora do camarote, negaram qualquer relação com a Mega Polo Models. Do Portal G1.