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Bahia: Indicação para TCE divide deputados estaduais

A desembargadora aponta que houve claro prejuízo ao impetrante e eventuais parlamentares que tivessem interesse em promover emendas | FOTO: Divulgação |

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A candidatura deve ser chancelada até sexta-feira e publicada no Diário Oficial | FOTO: Reprodução |

O debate em torno da escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) promete movimentar o Legislativo estadual nos próximos dias, mas a antecipação do nome do superintendente financeiro da Assembleia Legislativa, Marcos Presídio, para o cargo, pelo presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), aponta um desfecho. A indicação já teria o apoio do governador Rui Costa (PT) e da maioria dos parlamentares do Poder Legislativo. Pelo menos essa é a sinalização observada nos corredores da Casa e nas declarações dos pares, de que as portas estariam abertas para o gestor tornar-se o mais novo membro da Corte de Contas. A candidatura deve ser chancelada até sexta-feira e publicada no Diário Oficial.

A vaga foi aberta após o falecimento do conselheiro e ex-deputado federal Zezéu Ribeiro na semana passada. Nilo contou ontem que levou o assunto ao governador. Além de receber bem o nome, Rui teria lhe orientado a consultar os pares. “Já sondei 80% dos deputados e espero até o final do dia chegar a 100%. Marcos está muito forte”, afirmou. Nilo ressaltou que embora o parecer seja da Assembleia, o processo será combinado com o chefe do Executivo. Ele elogiou as características do afilhado: “É um técnico, tem credibilidade, é um cara sério e está há 18 anos como superintendente, além de ser meu amigo pessoal”, frisou.

Na presidência, Nilo já participou da condução de sete conselheiros ao TCE, porém consta que Presídio seria o mais próximo dele, sendo que as demais foram tratadas pelo atual ministro da Defesa e ex-governador do estado, Jaques Wagner (PT). Lideranças da Casa já teriam demonstrado o voto a favor de Presídio. O líder da bancada de governo, Zé Neto (PT), afirmou que iria se manifestar somente após ouvir a todos. Ele disse que já havia conversado com Nilo e os vice-líderes. “Mas estou colhendo mais informações para trabalharmos pela harmonia”. Mas ao ser indagado sobre o indicado, acabou dizendo que Presídio era um “nome preparado e respeitado”. “Mesmo assim pode haver outros nomes e interesses”, apontou.

O líder da bancada de oposição, Sandro Régis (DEM), informou à reportagem da Tribuna da Bahia que o grupo se reuniu para tratar sobre o assunto, mas que ainda não oficializou um posicionamento. “Vamos esperar a publicação dos nomes no Diário”, disse. Entretanto, admitiu que individualmente eles ratificassem o nome de Presídio. “Ele goza de muito prestígio entre os deputados”, acrescentou. Nos bastidores é certo que a Minoria já bateu o martelo pelo apoio, deixando de lado até mesmo o nome do aliado Gaban, ex-vice-líder da bancada, cogitado para a vaga.

O democrata perdeu para Zezéu em maio do ano passado, em uma eleição conturbada de dois turnos. Na primeira, Zézeu ficou com 27 votos e Gaban com 28. Na segunda vez, o petista conquistou 35 e o democrata 23. Dias após o resultado, os oposicionistas realizaram um protesto inusitado, levando um caixão para o meio do plenário, onde denunciaram que os colegas da bancada do governo foram coagidos a comprovar o voto para Zezéu.

Disputa com o PT
A briga pela vaga ainda não está descartada, já que nos corredores alguns petistas teriam reclamado da imposição por Presídio. Fala-se na possibilidade de a bancada formada por onze pares apresentar um nome. O líder Rosemberg Pinto (PT), com quem Nilo teve troca de farpas no processo de escolha da mesa diretora, disse ser natural que eles apontem um candidato e lamentou que o presidente não tenha esperado sequer a missa de sétimo dia de Zezéu.

Ao site Bahia Já, Rosemberg chegou a citar que defenderia o nome de um deputado da Casa ou ex-parlamentar. Apesar das reações, a expectativa, conforme Nilo, é de que não haja disputa. “Acredito que deve haver consenso”. Ele colocou três critérios para apresentação de nomes: por indicação da Mesa Diretora; por indicação do presidente; e por indicação de 20% dos deputados, equivalente a 13 parlamentares. Extraído da Tribuna da Bahia.

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