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Bahia: Índios Kiriri protestam em Banzaê e querem negociação com gestão local

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A gestão municipal diz que tem “respeito e admiração pela história deste povo”, e que “nunca mediu esforços para atender aos anseios da população indígena” | FOTO: Reprodução |

A população do município de Banzaê, no centro-norte baiano, passou por momentos de tensão na tarde da última terça-feira (30), após os índios Kiriri, que vivem na região, protestarem na entrada da cidade. Os indígenas ameaçam ocupar Banzaê caso a prefeita Patrícia Almeida (PT) não abra negociações para liberar a BA-388, há três dias interditadas pelos protestos. A informação foi dada pela rádio Pombal FM e reproduzida pelo site Bocão News. A rádio conversou com o líder indígena, identificado como Dernival, que confirmou que adotaria a medida extrema caso não houvesse um posicionamento da gestão municipal, preocupando a população da cidade.

Em conversa com o site Bocão News, a prefeita afirmou que já foi marcada uma reunião com os líderes da tribo que será realizada na sede da prefeitura, nesta quarta-feira (1), no turno vespertino. Também participarão representantes da Funai, da Casa Militar e da Secretaria de Justiça dos Direitos Humanos. “A reunião foi uma reivindicação da comunidade, e esperamos poder resolver as suas questões nesta quarta”, explicou ela, afirmando que, apesar do susto, não houve qualquer ocorrência mais grave.

Durante a tarde, a prefeita utilizou sua conta no Facebook para acalmar os ânimos dos habitantes e afirmou que estaria “aguardando a indicação de uma comissão e/ou um líder para dialogar sobre o que dizem respeito à comunidade em questão, o que até agora não foi feito, em que pese já haver solicitado através do Comando da Polícia Militar e da Caatinga”. Segundo ela, por conta dessa mesma ausência da definição de uma liderança, os representantes da prefeitura foram recomendados a não entrar na reserva.

Ainda nesta terça-feira, a gestão municipal afirmou, através de uma nota, que tem “respeito e admiração pela história deste povo”, e que “nunca mediu esforços para atender aos anseios da população indígena”. Contudo, segundo a prefeitura, muitas solicitações fogem da competência da administração, e que, neste sentido, “junta forças ao Povo Kiriri para ecoar mais forte e fazer prevalecer os seus direitos”.

Segundo a nota da Prefeitura de Banzaê, a educação da comunidade indígena é de responsabilidade do Governo do Estado | FOTO: Reprodução |

Ocupação da BA-388
Desde o dia 27, os índios haviam bloqueado um trecho da BA-388, que liga o povoado de Nova Esperança (pertencente à Ribeira do Pombal) a Banzaê, reivindicando uma série de melhorias para a comunidade indígena, como o transporte escolar para os jovens da aldeia, e disponibilidade de uma ambulância para realização de atendimento médico no território, a limpeza de estradas, e também a iluminação pública na região onde residem os nativos.

Segundo a nota da Prefeitura de Banzaê, a educação da comunidade indígena é de responsabilidade do Governo do Estado, e toda reivindicação envolvendo o transporte escolar, deve ser feita junto à administração estadual. Já em relação à ambulância, a gestão afirma que a saúde da comunidade Kiriri está a cargo do Governo Federal, através da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde.

Sobre a iluminação pública, o Município afirma fazer manutenções periódicas na rede elétrica das aldeias. E no tocante à limpeza de estradas, a gestão esclareceu que todo empreendimento ou retirada de recursos naturais em território indígena necessita de autorização da Funai, inclusive as obras do PAC. Extraído do Bocão News.

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