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Salvador: Eleição do ano que vem pode mudar equipe do prefeito ACM Neto

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O prefeito não se mostra preocupado com os interesses existentes entre seus quadros | FOTO: Reprodução |

A eleição municipal do ano que vem deverá ser de estreia para alguns gestores que hoje ocupam cargos na administração do prefeito ACM Neto (DEM). O prazo de afastamento das funções para aqueles que queiram disputar algum cargo eletivo é de seis meses antes do pleito, o que pode fazer com que o prefeito tenha que modificar seu secretariado onde houver licenciamento dos titulares para disputar algum cargo nas urnas. Hoje, os nomes que podem se aventurar em busca do Legislativo são a secretária de Ordem Pública, Rosemma Maluf, o diretor de Acompanhamento das Ações da Secretaria de Saúde, Nestor Neto e o técnico de carreira, Felipe Lucas, da Secretaria de Infraestrutura e Defesa Civil (Sindec), estes dois últimos pelo PMDB.

Quem também poderá deixar a gestão de Neto mais cedo para se dedicar à campanha eleitoral é o secretário de Relações Institucionais, Heber Santana, que é um vereador licenciado pelo PSC e deverá tentar garantir sua cadeira na Casa. No mesmo trilho está o presidente da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb), Tiago Correia, hoje no PTN, mas que está de malas prontas para deixar a legenda. No caso de Rosemma, sua movimentação em busca de uma cadeira na Câmara teria gerado ciúmes no meio político do prefeito ACM Neto, principalmente entre vereadores do DEM. O motivo é que, alegam alguns, a secretária é indicação do deputado federal Jutahy Magalhães Júnior, do PSDB, e poderia estar usando cargo na administração como trampolim.

Apesar dos rumores, o vice-líder do DEM na Câmara, Claudio Tinoco, minimiza tal ciúme e defende a legitimidade da gestora, que pode trilhar, inclusive, o caminho feito por ele próprio, que começou presidência da Empresa Salvador Turismo (Saltur) antes de se tornar vereador. “Eu acho legítima qualquer candidatura que se origine na vocação pessoal e no estímulo da sociedade pelo reconhecimento do bom trabalho executado. Muitas vezes o exercício de funções na administração pública projeta essas candidaturas e eu não vejo maiores problemas nisso. De certa forma, isso aconteceu comigo”, lembra Tinoco, que ressalta ainda que o mais “importante é não permitir que haja o uso da máquina administrativa em benefício desses projetos políticos”.

“A própria lei protege a sociedade quando fixa o prazo de desincompatibilização para secretários e ocupantes de cargo público que desejam concorrer nas eleições. No mais, cabe à sociedade avaliar se essas candidaturas serão merecedoras do seu voto”, aponta o legislador. Nestor Neto, líder comunitário da Mata Escura, já tem experiência nas urnas. Em 2012, o jovem peemedebista foi candidato a vice-prefeito na chapa do então prefeiturável Mário Kertész em uma chapa puro-sangue. Em 2008, a liderança tentou o posto de vereador, mas não obteve êxito. Dois anos antes, em 2006, Neto havia disputado uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia, mas conseguiu pouco mais de 6 mil votos, o que não lhe garantiu a eleição.

O prefeito ACM Neto não se mostra preocupado com os interesses existentes entre seus quadros de servidores. Questionado sobre a pretensão de Rosemma Maluf recentemente em uma agenda no bairro de São Gonçalo do Retiro, o democrata não colocou barreiras no desejo da apadrinhada tucana. “Não posso impedir, nem vetar a pretensão de nenhum colaborador meu, mas isso não está em pauta neste momento”, disse Neto à imprensa. “Não posso impedir ninguém que tenha pretensões políticas, que apresente essas pretensões. Agora, sempre sabendo distinguir o que é uma eventual pretensão política do que são as decisões de governo. E a própria secretária Rosemma sabe fazer isso, é uma pessoa que tem a minha confiança, está fazendo um bom trabalho à frente da Secretaria e ela continuará com a sua atuação”, defendeu o gestor da capital baiana.

A secretária de Ordem Pública, por sua vez, evita falar abertamente na sua intenção política, mas não descarta quando é questionada sobre o assunto. “Já que o tema foi colocado, eu posso até a começar a pensar. Nunca foi cogitado, nem conversei isso com Juthay Magalhães nem levei nada para o prefeito”, relatou a titular da Semop em entrevista à Metrópole FM. Extraído da Tribuna da Bahia.

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