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Nunca antes Brasília foi tão negra, diz Valmir sobre marcha das mulheres

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O deputado federal do PT, Valmir Assunção | FOTO: Agência Câmara |

A capital federal está ocupada por grupos de mulheres negras que participarão da grande marcha realizada nesta quarta-feira (18). Mulheres de todos os lugares do Brasil, de cidades, do campo, das favelas, dos quilombos, que lutam cotidianamente contra o racismo e contra o machismo e buscam a afirmação da sua identidade e a conquista de direitos. As informações foram destacadas pelo deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), nesta terça-feira (17), ao defender a participação popular nos debates envolvendo a criação de políticas públicas no país. São esperadas 20 mil mulheres que levarão às ruas o lema ‘Contra o Racismo e a Violência e Pelo Bem Viver’.

“Nunca antes Brasília foi tão negra. É um momento de reafirmação da contribuição econômica, política, cultural e social das mulheres negras que constroem diariamente o Brasil, além de exigir o fim do extermínio feminicídio que sofre a mulher negra e a efetivação de políticas públicas. E esta reivindicação não é para menos. O mapa da violência 2015 sobre homicídio de mulheres no Brasil traz dados assustadores para as mulheres, em especial a mulher negra”, aponta Valmir. Elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o estudo mostra que nos últimos 10 anos houve um aumento de 54% no número de homicídios de mulheres negras. Em 2003 havia o registro de 1.864, em 2013 foram 2.875 casos registrados.

Conforme Assunção, as mulheres negras são historicamente submetidas a relações de trabalho muito precárias e são as que mais trabalham e as que são menos remuneradas. O parlamentar destaca também projeto polêmico que tramita na Câmara Federal. “O PL 5069/2013, aprovado por parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça [CCJ], de autoria do presidente da Casa, Eduardo Cunha, atinge principalmente a mulher pobre, logo, na grande maioria das vezes, a mulher negra”. O projeto dificulta o atendimento às vítimas de estupro e foi apelidado de ‘PL do Aborto’. “Motivos não faltam para a ocupação das ruas em protesto. Somo-me a esta luta e sou dirigido por estas mulheres que lutam e sonham um mundo mais justo, solidário e não racista”, completa o petista.

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