Ícone do site Jornal da Chapada

MST na Chapada Diamantina recebe deputado e debate políticas públicas durante encontro em Itaberaba

foto5
O coordenador estadual do MST com o prefeito de Boa Vista do Tupim, o deputado Valmir Assunção e o gestor de Iramaia | FOTO: Divulgação |

O final de semana foi de avaliação, diagnóstico e planejamento para as centenas de acampados e assentados de reforma agrária da região da Chapada Diamantina durante o 20º Encontro Regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O evento aconteceu da sexta ao domingo (18,19 e 20 de dezembro), na quadra coberta do Centro de Educação Profissional Piemonte do Paraguaçu (Cetep), localizado no município de Itaberaba, e teve o objetivo de preparar a militância sem terra para o 28º Encontro Estadual do movimento.. O encontro estadual, que será entre os dias 10 e 13 de janeiro, no Parque de Exposição, em Salvador, deve mobilizar os trabalhadores assentados e acampados para dar continuidade ao processo de formação e construção coletiva das lutas em defesa da reforma agrária na Bahia.

Durante o evento em Itaberaba, os militantes sem terras receberam a visita do deputado federal, Valmir Assunção (PT-BA), e da secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial, Vera Lúcia Barbosa, que ampliaram os debates envolvendo políticas públicas para povos e comunidades tradicionais, além de programas e ações envolvendo linhas de créditos para agricultura familiar. A presença de Assunção marcou o sábado (19) e a da secretária, o domingo (20), e contou também com a participação de lideranças políticas e representantes de órgãos públicos da gestão do governador Rui Costa.

O líder do MST na Bahia, o petista Valmir Assunção disse que o momento é de debate, principalmente envolvendo ações que possam ampliar a reforma agrária. “Não há espaço melhor para discutir reforma agrária do que nos encontros do MST. Precisamos conversar com nosso povo sobre a conjuntura política, sobre a crise que querem propagar em nosso país, para fortalecer o povo e os movimentos sociais para enfrentarem este momento político, evitando assim problemas econômicos em 2016, já que 2015 foi um ano perdido, do ponto de vista da economia”, diz o parlamentar, em entrevista ao Jornal da Chapada.

Assunção ainda lembra que participou de diferentes encontros do MST, neste final de ano, e que a ideia é fortalecer ainda mais as bases políticas no interior. “Estamos aqui hoje para participar do encontro que todo ano faz um balanço de suas atividades e planeja o ano subsequente. Além disso, assistimos nossas bases políticas na região, encontrando amigos e correligionários políticos e prefeitos como Dodinha, Gidu, Valdes e outros que aqui estão”, completa Valmir.

Militantes do MST debatem ações de reforma agrária na Chapada Diamantina | FOTO: Divulgação |

Abertura do evento
A abertura do encontro do MST aconteceu na manhã da sexta (18) com a presença de militantes de mais de 20 municípios da Chapada Diamantina e foi prestigiada por diversos segmentos da sociedade local e regional. Compuseram a mesa de trabalho o coordenador da CDA (Coordenação de Desenvolvimento Agrário) da região, Julio César Vasconcelos Campos; o diretor do Cetep e um dos presidentes do Colegiado do Território Piemonte do Paraguaçu, Juvenal da Silva Junior; o militante do MST e vereador do município de Boa Vista do Tupim, Rondinele Arena Santana (Nelinho).

Também participaram da abertura e da mesa de trabalho, o coordenador do Bahia Produtiva no Território Piemonte do Paraguaçu, Erivaldo dos Santos; além do coordenador técnico da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), Carlos Eduardo Dourado Bastos (Cacá); e o coordenador da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) do Território Piemonte do Paraguaçu, Valdes Brito.

Na abertura, além das saudações de boas-vindas realizadas pela coordenadora estadual do movimento na região, Domingas Farias dos Santos, houve também muitas manifestações, como a entonação do Hino do MST, cânticos e gritos de ordem e uma mística.

“Buscamos realizar o encontro regional este ano em Itaberaba para estender nossas ações neste município que é o centro da região. Durante estes três dias, o movimento reafirma a importância do fortalecimento da luta. Também analisa a conjuntura brasileira, abordando as manobras da direita conservadora, numa clara ameaça à democracia e ainda traça nossas principais ações na região para o próximo ano”, destaca Domingas Farias.

Encontro do MST reúne lideranças políticas da região e da Bahia | FOTO: Divulgação |

Mais participantes
Prestigiando os sem-terra, também estiveram no encontro lideranças políticas locais e regionais, como Mário Augusto de Almeida Neto, o popular Jacó (Irecê), e dos prefeitos João Durval Passos Trabuco, Gidu do PT (Boa Vista do Tupim), e Antônio Rodrigues Caíres, o popular Dodinha (Iramaia). Para o gestor de Boa Vista do Tupim, “o MST possui uma dinâmica específica para a realização desses encontros”.

De acordo com Gidu do PT, Itaberaba foi escolhida para sediar este evento por ser a cidade que converge todos os municípios da região, além de possuir melhores e mais completas estruturas dos governos. “Esses encontros nada mais são do que o preparo para o encontro estadual e para a Marcha do MST, que acontece em abril do próximo ano. O encontro foi muito produtivo. Discutimos melhorias e projetos futuros para o movimento. Quero parabenizar todos os companheiros pela ação”, completa o prefeito de Boa Vista do Tupim.

Vale ressaltar que antes do Encontro Regional, o MST realizou encontros de microrregiões que compõem a zona chamada Brigada Zacarias. Conforme publicou o Jornal da Chapada, (veja aqui), na última segunda-feira, 14 de dezembro, foi a vez dos assentados de Boa Vista do Tupim debaterem assuntos envolvendo a reforma agrária. “O encontro foi pra discutirmos pautas sobre infraestrutura e desapropriação das áreas acampadas, que serão entregues aos governos municipal, estadual e federal”, explicou o secretário municipal de Agricultura, José Neto, que também esteve presente no Encontro Regional de Itaberaba.

Vale lembrar que o Movimento Sem Terra está organizado em 24 estados nas cinco regiões do país. No total, são cerca de 350 mil famílias que conquistaram a terra por meio da luta e da organização dos trabalhadores rurais. Mesmo depois de assentadas, estas famílias permanecem organizadas no MST, pois a conquista da terra é apenas o primeiro passo para a realização da Reforma Agrária.

Jornal da Chapada

Sair da versão mobile
Pular para a barra de ferramentas