O encontro com o líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, em Salvador, neste sábado (9), será mais que um momento para debater a atuação situação política, econômica e social do país. Será o ponta pé inicial para a militância de partidos de esquerda montarem novas estratégias para o ano de 2016. “A ideia é ampliar os debates em todos os campos para criar unidade política dos setores da esquerda baiana e brasileira”, revela o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que estará no debate de Stédile, no Museu Eugênio Teixeira Leal, no Pelourinho, a partir das 19h.
Com o tema ‘Derrotar o golpe e avançar na pauta popular’, o líder nacional do MST debaterá com o público de jovens membros de partidos, representantes de movimentos sociais, do movimento negro, mulheres, membros de ONGs e de direitos humanos e de fóruns de debates dos direitos LGBTs. Stédile ainda fará um breve histórico da atual situação agrária do país, da estagnação da reforma agrária e de como os movimentos sociais vão se comportar na atual conjuntura política.
Neste final de semana, acontece ainda a abertura do 28º Encontro Estadual do MST, no Parque de Exposição. No domingo (10), começam os debates com a militância do interior da Bahia e da capital que seguem até a quarta-feira (13). Conforme a direção estadual do movimento, a intenção é apontar e construir linhas de ação para o próximo período de luta em defesa da Reforma Agrária Popular. O deputado federal Valmir Assunção acompanha a atividade e deve participar de todas as plenárias do encontro. Há uma expectativa de que o governador Rui Costa compareça à atividade.
Em artigo, o parlamentar baiano, que também é liderança do MST na Bahia, fez uma leitura geral da reforma agrária no Brasil e apontou para uma paralisação com pelo menos 29 áreas prontas para se tornarem assentamentos, mas ainda não tem decretos assinados. “Essa completa paralisação na reforma agrária acontece após anos de lentidão já denunciados. Em 2014, somente 30 áreas foram objeto de decreto. Em 2013, cem áreas, após muita pressão dos movimentos sociais. Em 2012, foram 28; e em 2011, 58. Índices inaceitáveis se considerarmos as políticas apresentadas pela presidente para o campo brasileiro, cujo desenvolvimento depende diretamente da reforma agrária”, detalha Valmir em artigo.