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Deputado baiano cita carta de movimento negro e fala em prejuízos de vincular o acarajé com corrupção

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De acordo com a carta do Coletivo de Entidades Negras, ao utilizar a palavra ‘acarajé’, a PF faz com que a religiosidade do candomblé fique vinculada a uma operação criminal | FOTO: Reprodução/Facebook do CEN |

O deputado baiano Valmir Assunção (PT-BA) emitiu sua indignação durante pronunciamento na Câmara Federal, nesta quarta-feira (24), sobre a nomeação da 23ª fase da Lava Jato de Operação ‘Acarajé, que foi deflagrada essa semana pela Polícia Federal (PF). Citando documento do Coletivo de Entidades Negras (CEN), o parlamentar petista disse que “é uma falta de respeito com a população negra da Bahia intitular uma operação de combate à corrupção como ‘acarajé’, um alimento tradicional das baianas”.

“A Polícia Federal vinculou uma atividade cultural e religiosa, um alimento da Bahia, o acarajé, à coisa ruim que é a corrupção. O acarajé é uma coisa deliciosa, além de ser uma atividade que as baianas fazem na Bahia e em todo o Brasil para comercializar e tirar seu sustento. Não pode, de forma alguma, a PF vincular a corrupção quando estabeleceu que a operação se chamaria ‘acarajé’. Isso traz prejuízos enormes para a cultura, para a atividade das baianas e para o povo negro da Bahia”, frisa Valmir.

De acordo com a carta do CEN, ao utilizar a palavra ‘acarajé’, a PF faz com que a religiosidade do candomblé fique vinculada a uma operação criminal. “Nosso repúdio vem no sentido do total desrespeito religioso a um elemento sagrado do Candomblé, desrespeitando assim, de forma acintosa, toda a tradição e história dessa religião no Brasil”, diz trecho do documento emitido pelo coletivo na última segunda-feira (22).

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